quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Perdeu contatos ao assumir sua sexualidade

A atriz Bruna Linzmeyer conta que perdeu contratos por se assumir lésbica

Poderia muito bem ficar presa no armário ou apenas guardar para si mesma suas opiniões, seus posicionamentos políticos e feminismo tão forte; porém não a atriz Bruna Linzmeyer representa tudo que queremos nas mulheres, não só em 2019, mas a vida toda: liberdade, autoconfiança e poder.

A jovem que é um dos maiores talentos da Globo nos últimos anos, atualmente está no como Lourdes Maria, em "O Sétimo Guardião", esta é sua nona novela e terá dois filmes previstos para essa nova temporada. Aos 26 anos a atriz concedeu uma entrevista a Revista Marie Claire onde fala sobre ativismo, o fato de ser lésbica, e ainda faz uma provocação para que os homens reflitam sobre seus privilégios

Antes do encontro com a revista, Linzmeyer tinha sonhado com a filósofa e ativista Djamila Ribeiro. Ela fala sobre a moça - “A gente se encontrava, bebia e conversava até perder a hora. É sempre assim com ela, os assuntos vão longe”. Djamila (que também é colunista da revista) se tornou figura frequente na vida de Bruna, há cerca de dois anos, graças ao grupo de estudos feministas, que nasceu depois do episódio de assédio denunciado pela figurinista Su Tonani contra o ator José Mayer.

Bruna cita a importância de unirem - “Entendemos que nos unir era tão importante quanto a denúncia da própria Su no jornal. Mulheres devem se amparar e conversar sobre o que atravessa suas vivências. É uma forma de nos fortalecer.”

Desde então isto é o que Bruna tem mais feito, ouvir e falar com mulheres sobre mulheres. Sua carreira é só sucesso, é um trabalho atrás do outro, acredito que nunca trabalhou tanto como agora – só em 2018 foram dois filmes e uma novela; para 2019 já estão programados dois longas e dois curtas-metragens. Mas Bruna não ganhou um lugar público só por seu talento na telinha e nas telonas, mas também por suas atitudes, a atriz se tornou uma referência para as mulheres lésbicas, a atriz tem uma força muito grande e sabe o valor disso. Ela diz o seguinte - “Já ouvi de garotas que conseguiram conversar sobre suas sexualidades com os pais e contar que gostam de outras garotas a partir de uma declaração que fiz”.

Ela conta que não abre mão de viver por conta de sua opção sexual, e também relata que já perdeu contato por isso. Bruna vive seus afetos à luz do sol e o namoro com a artista plástica Pricila Visman, é assim desde que se iniciou, em 2016.
“Não vou deixar de beijar minha namorada em público porque alguém poderia bater uma foto e isso virar notícia. Nunca foi uma opção me esconder”, diz ela. “Claro que perdi contratos por me assumir lésbica. E claro que fiquei assustada, principalmente porque tinha um apartamento para pagar e meus pais não são ricos, pelo contrário. Mas não tive muita escolha. Ou me assumia e vivia a minha vida, ou tinha um câncer, tinha depressão. Adoecia. A minha sorte é que, por outro lado, me posicionar aproximou de mim marcas que pensam como eu, que acreditam que o exercício da liberdade é valioso.”

Ela também fala sobre axilas não depiladas, e que não foram escondidas numa das fotos que foi na matéria, pra revista.
_“Se não falamos sobre elas, não viram uma questão a ser debatida. É aí que quero chegar. Me depilei durante muito tempo. Ter pelos já foi estranho para mim. Hoje, acho estranho uma mulher não os ter. E mais: acho sexy quando uma mulher tem e acho sexy em mim.”

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