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ORLANDO FUMAÇA: MAIS UM MIRACEMENSE NO MUNDO DA BOLA
Orlando Monteiro do Nascimento Filho, também conhecido como Neguinho nasceu em 30 de outubro de 1957. Um dos sete filhos do operário Orlando Monteiro (Fota), e de dona Maria José, passou a adolescência entre suas duas paixões: o futebol e as motocicletas.
Depois de um amistoso do Miracema contra o Goytacaz, no Estádio Plínio Bastos de Barros, quando o time miracemense foi derrotado por 6 x 0, no fim do jogo, mesmo após sofrer essa goleada, Paulo Henrique, técnico do Goytacaz, convidou-o para fazer um teste e lá iniciou a sua carreira profissional, em 1976. Através de um contato com Fumaça, ele afirmou que o Rubeni Brandão foi o responsável por trazer o time de Campos a Miracema. Inclusive, é bom mencionar que Rubeni também trouxe um time de veteranos com ex-jogadores conhecidos e tendo Garrincha como principal estrela, no final dos anos 70. Foi uma tarde inesquecível e tive o privilégio de acompanhar essa partida.
Voltando ao assunto Orlando Fumaça, no final dos anos 70, em confrontos contra Vasco e Flamengo, por ter um porte físico muito elevado, ele travou duelos marcantes contra Zico e Roberto Dinamite, muitas das vezes parando as jogadas com faltas duras e algumas até desleais. Zico chegou a fazer declarações através da imprensa reclamando da violência do zagueiro do Goytacaz. Em uma reportagem da revista Placar de 1983 – foi matéria de duas páginas quando já estava no Vasco – assim ele definiu seu estilo de jogo:
- Sou um jogador viril, de chegar junto. Nunca divido para perder e não tenho vergonha de dar chutões para frente.
O seu porte físico elevado somado ao forte poder de marcação, fez com que logo aparecessem clubes interessados em seu futebol. Antes de ser contratado pelo Vasco, em 1983, o Americano recebeu sondagens de Sport Recife, Santos e Atlético Mineiro. O time cruzmaltino foi mais rápido e pagou 35 milhões de cruzeiros por seu passe.
Orlando Fumaça teve a oportunidade de jogar por algumas equipes grandes e não conseguiu se firmar. O América, de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, foi o time com quem mais se identificou e jogou por mais tempo. Inclusive, formou no time paulista uma dupla de zaga com Jorge Lima que foi denominada de “Faísca e Fumaça”, o que não precisa dizer mais nada.
Depois de sair do Goytacaz jogou por diversos times, tais como: Ponte Preta – atuou ao lado do zagueiro Oscar, Mixto (campeão mato-grossense de 1980), Americano, Vasco, América-SP, Cruzeiro, Atlético Paranaense, Novorizontino-SP, Boavista e Amarantes (ambos de Portugal), Ceará, Matonense-SP, Tanabi-SP, e retornou ao América, de São José do Rio Preto, para encerrar a carreira em 1992.
Um dos grandes momentos de sua carreira foi participar de um amistoso entre as Seleções Carioca e Paulista, em 19 de dezembro de 1982, no Maracanã, sendo que ainda pertencia ao Americano. O jogo terminou empatado em 2 a 2, com Zico e Junior fazendo os gols do time fluminense e Casagrande marcando os dois dos paulistas. Assim jogaram os times:
Seleção do Rio de Janeiro: Paulo Sérgio (Gasperin), Perivaldo, Zedilson, Heraldo (Orlando Fumaça) e Pedrinho; Junior (Pires), Elói e Zico (Ernâni); Geraldo, Roberto Dinamite e Gilson Gênio (Luizinho das Arábias). Técnicos: Edu e Zé Mário.
Seleção de São Paulo: Solito (Silas), Nenê, Mauro (Deodoro), Daniel González e Wladimir (Aírton); Rocha, Biro-Biro e Sócrates (Pingo); Ataliba (Paulo Egídio), Casagrande (Pita) e João Paulo. Técnico: MárioTravagini
Uma contusão no ligamento cruzado posterior do joelho direito abreviou a sua trajetória no futebol. Reside com a mulher Neuza e seus cinco filhos – Marcele, Orlando Neto, Natália, Ulisses e Mariana –, em São José do Rio Preto, cidade que escolheu para morar após deixar os gramados. A sua passagem pelo time americano foi marcante e ele faz parte da história do clube do interior paulista.
Nota: no Vasco, em 1983, comemorando um gol ao lado de Elói e Roberto Dinamite; e marcando o craque Sócrates.
