quarta-feira, 13 de abril de 2022

Que novelão

 Saldo positivo

Encerrou-se ontem, terça-feira (12), a primeira fase de "Pantanal", folhetim de Bruno Luperi, que esta fazendo um sucesso incrível e esta melhorando cada vez mais a audiência das novelas do horário das nove, que infelizmente caiu imensamente com a última trama. O saldo da primeira fase de "Pantanal" é imensamente positivo, a novela não só nos encanta com as imagens, mas com uma produção imensamente bem cuidada, ótimo elenco e direção, todavia, a trama que Bruno Luperi tem em mãos é incrível (de seu avô Benedito Ruy Barbosa), a adaptação até o momento esta impecável sem abandonar (ou descaracterizar) a alma e o vigor do texto  de seu autor original.


Nessas duas primeiras semanas, "Pantanal" nos segurou com apenas dois núcleos, que correram separadamente: de Zé Leôncio (extensivo ao da família de Madeleine, no Rio de Janeiro) e da família Marruá. Suas histórias ainda não se intercalam, mesmo que Maria Marruá viva em parte das terras de Zé Leôncio. Na segunda fase, suas histórias estarão ligadas, devido aos seus herdeiros.  

Clã dos Marruá


O drama de Maria Marruá é tão forte e intenso, que pra algumas pessoas poderia render uma produção à parte, uma minissérie ou uma série. Isso cativou muitas pessoas. 

A história do clã valorizou o drama, com interpretações comoventes e incríveis dos personagens. E Juliana Paes brilhando - como já disse em outros artigos - para muitos esse é o melhor papel da carreira dela. 

As ambientações realistas opõe a proposta fantástica da trama, da mulher que vira onça e do velho que vira sucuri.

Zé Leôncio faz parte de um núcleo basicamente masculino. Zé é um herói disputado por mulheres, é tido como uma garanhão, sua mãe nunca foi citada, ele viveu anos sozinho com seu pai num casarão cercados de homens, não possui mulheres em sua comitiva; apenas a funcionária da casa, etc. 


Já do outro lado, a família Marruá é comandada por uma mulher guerreira, forte, corajosa, desbravadora e é capaz de virar onça para proteger sua filha. Transformar a mulher em onça, é uma bela metáfora com a figura feminina forte, de meter medo. A natureza é feminina. 

Numa sequência linda, Maria virou onça para proteger Juma recém-nascida quando esta foi ameaçada por uma cobra, filha esta que por pouco não abandonou, todavia, voltou atrás porque "É uma menina!", repetia. Como disse uma sequência linda e que será lembrada pra sempre.

Já o Velho do Rio virou sucuri pela primeira vez com o intuito de despertar em Maria o instinto de proteção a cria, comum em todos os animais. 

Vira bicho


A opção pela sutileza na transformação dos personagens em bichos ficou ótima, foi muito bem acertada, não tivemos exageros.

Grande sequência em que Maria caminha para um lado, cai no chão, a câmera passa por um obstáculo, que impede a nossa visão, e ela surge na continuação já sob a forma de uma onça. Foi incrível também quando a sucuri percorre uma trilha e a câmara finaliza caminho com o Velho do Rio se levantando, para apoiar-se sobre duas pernas. 


As escolhas foram elegantes, graças a Deus não caiu no mau-gosto ou algo bizarro, como já vimos em outras produções ou no cinema.

E como já disse em outros artigos, o elenco esta incrível.

Que venha a segunda fase! 





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