Depois de duas semanas, "Pantanal" chega nos dias de hoje e apresenta a segunda fase. A ótima caracterização dos personagens nos chamou a atenção, e seus intérpretes estão bem alinhados ao que foi mostrado nesses primeiros capítulos.
Mudança de fase é uma coisa constantes nas obras de Benedito Ruy Barbosa, porém essa divisão nem sempre deu muito certo. Por que as vezes uma escalação de elenco equivocada pode 'quebrar' a ilusão da ficção junto ao público, gerando um ruído narrativo que pode colocar a credibilidade da trama no chão.
Não concordo com essas declarações, mas muita gente, na parceria anterior de Benedito Ruy Barbosa e Bruno Luperi, a novela "Velho Chico" (2016) sofreu com este mal. A primeira fase da novela de 2016 foi boa, mas pra muitos Rodrigo Santos e Antônio Fagundes, que viviam o Coronel Saruê em fases distintas, causou estranheza na audiência e contribuiu com a rejeição à trama. Além disso, a caracterização dos atores também não agradou muitas pessoas. Para uma galera, não parecia a mesma pessoa.
Agora este aqui concordo muito, grande erro numa troca de fases, se viu em "Em Família" (2014), de Manoel Carlos, a troca de fases penou com a escalação de atores equivocada. Um exemplo: numa das fases, Bruna Marquezine deu vida à Helena, enquanto Gabriela Carneiro da Cunha era Juliana, sua tia. Nesta fase, Juliana parecia mais velha que Helena. Os anos passaram, e Júlia Lemmertz assumiu Helena, enquanto Vanessa Gerbelli era Juliana. A partir daí, Helena parecia mais velha que a tia.
Vimos que em "Pantanal", essa transição não foi traumática, os atores escolhidos para viverem os protagonistas em sua fase jovem estão de acordo com a faixa de idade de seus respectivos personagens. Mais do que isso: a caracterização os tornou muito parecidos com os intérpretes que vivem os mesmos tipos mais velhos.
Karine Teles, a Madeleine, e Camila Morgado, a Irma, estão muito parecidas com Bruna Linzmeyer e Malu Rodrigues, que viveram as personagens na juventude. Dira Paes também segurou bem a Filó, que encantou o público quando foi vivida por Letícia Salles.
Marcos Palmeira terá um grande desafio, e não digo isso pela falta de semelhança com Renato Góes, mas por assumir um personagem que caiu nas graças do público com seu intérprete anterior. Góes deu um carisma acima da média ao peão (o que surpreendeu muita gente), Zé é um sujeito contraditório e cheio de defeitos, todavia, acredito piamente que Marcos Palmeira vai arrasar.
O folhetim segue numa boa direção. A novela que é atualizada por Bruno Luperi é envolvente e tem agradado ao público e a crítica.
Alanis Guillen e Jesuíta Barbosa, que assumem o romance principal da obra como Juma e Jove, não decepcionaram em suas primeiras sequências. Ou seja, a novela deve manter intactas suas qualidades nesta nova etapa. Ainda bem!
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