Bruno Ferrari e Vitória Strada (Foto: reprodução) |
Encerrou-se ontem (19), "Tempo de Amar", o seu folhetim das seis, trama esta que o
diretor Jayme Monjardim, a definiu como "uma novela do bem". E a novela fez jus ao título
pois tratou de um amor fraternal de uma forma completamente envolvente. Uma produção
belíssima, requintada em cenários, figurinos e arte, com uma fotografia fantástica. E com
uma linguagem fabulosa, o potuguês culto na boca dos personagens, verdadeira novidade
que chamou atenção do telespectador.
A trama não teve receio do melodrama, foi um verdadeiro dramalhão clássico, principalmente
no início, me lembrando inclusive o clássico "O Direito de Nascer". O excesso de sofrimento
nas primeiras semanas, rendeu algumas pessoas a brincarem e chamarem a novela de "Tempo de Sofrer", até eu mesmo cheguei a usar essa indentificação.
O autor Alcides Nogueira e o diretor Jayme, explicaram que foi preciso no início ter este sofrimento todo, para que a história pudesse caminhar. O texto não foi alterado e os personagens passaram a ter dias melhores
O que ocorreu foi que o público, estava vindo de uma trama altamente movimentada e alegre, que foi "Novo Mundo", e acabou achando estranhando o ritmo que "Tempo de Amar" apresentou nos primeiros dias.
Um ponto que percebi que ficou destoante, foi o sotaque italiano dos personagens Giuseppe e Tomazo (Guilherme Prates e Ricardo Vianna), todavia, que a produção optou por não marcar o sotaque do núcleo de Portugal. Ora, ou se trabalha com sotaques, ou não.
Ao falar do elenco, digo que Jayme Monjardim acertou ao escalar dois jovens desconhecidos para serem protagonistas, principalmente Vitória Strada - como disse num texto recente, ela foi uma grande surpresa. Desde do início ela chamou atenção não só por sua beleza, mas carisma e segurança em cena, defendendo muito bem sua Maria Vitória, fazendo o público torcer por ela. Bruno Cabrerizo também não fica atrás, apesar de ter sido críticado em algumas redes sociais, o ator também se manteve muito seguro e não fez feio, como muitos já fizeram em sua estreia na TV, se bem que esta não é a estreia dele em novelas, é a estreia na TV Globo. Da metade pro final do folhetim, percebi que ele mostrou uma evolução em sua intrpretação. Espero poder vê-lo em outras produções.
E faço chover elogios a interpretação das mulheres, com destaque para Marisa Orth (Celeste Hermínia) - como disse é um dos melhores momentos de Marisa na TV. Regina Duarte (Lucerne), sabíamos que o papel não era do tamanho da Regina, mas como o próprio Tide (Alcides Nogueira), autor da novela, ela aceitou e fez brilhantemente, chegando a nos emocionar em algumas cenas, Regina é Regina. Andreia Horta (Lucinda), Letícia Sabatella (Delfina), Deborah Evelyn (Alzira), além de Olívia Torres (Tereza), Lucy Alves (Eunice) e Françoise Forton (Emilia) - personagens inesquecíveis.
Do elenco masculino óbvio que os destaques são: Tony Ramos (sempre magnifico), Bruno Ferrari (perfeito como o galã), Cássio Gabus Mendes, Nelson Freitas (como é maravilhoso vê-lo nas novelas, mostrando sua versatilidade e provando pra alguns que não só faz humor), Nelson é um baita ator. E o jovem Maicon Rodrigues (Pepito).
Bem atual, numa trama de época, "Tempo de Amor", que mostrou abordagens do final dos anos 1920, nos apresentou temas que são a nossa realidade até hoje como o feminismo, com a personagem Olimpia (Sabrina Petraglia), e infelizmente situações que ocorrem até hoje, como racismo, corrupção política e a situação da febre amarela - que voltou a atingir grandes centros.
No quesito audiência, foi respondido a altura, o folhetim fecha com média de 23 pontos no Ibope da Grande São Paulo (quando espera-se 20), e além disso enfrentou o pior periodo para uma atração das seis, que é o horário de verão festas de fim de ano, e o Carnaval.
"Tempo de Amar" merece prêmios por seu belo texto, um dos melhores textos atuais, inclusive superior ao da atual trama das nove.
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