Pedro nos deixou devido a complicações decorrentes de uma bactéria que contraiu
Infelizmente na tarde dessa sexta-feira (27), quem veio a falecer foi o fotógrafo carioca Pedro de Moraes, aos 79 anos. Ele estava internado desde do início do ano, na Casa de Saúde São José, para onde foi transferido vindo da Bahia, onde morava há 15 anos, após complicações decorrentes de uma bactéria que contraiu.
Filho do poeta Vinicius de Moraes e da jornalista Tati de Moraes, Pedro deixa três filhos, Mariana, Julia e Emílio de Moraes.
Pedro de Moraes que era autodidata, começou a carreira na revista "Manchete" e cobriu grandes eventos políticos e culturais de 1950 a 1970. Esteve presente no Cinema Novo, onde assinou a direção de fotografia de filmes de Joaquim Pedro de Andrade ("Guerra conjugal" e "Aleijadinho"), Glauber Rocha ("A idade da Terra") e Mário Carneiro.
Teve suas fotos em exposições no Brasil e no exterior, além de unir talentos, inclusive com o pai, com quem publicou "O mergulhador" (1968), livro que reúne fotos de sua autoria e poemas de Vinicius. Ainda foi parceiro do poeta Cacaso no livro "Mar mineiro" (1982).
Foi Pedro que deu o título do documentário "Que bom te ver viva" (1989), dirigido por Lucia Murat, ela contou que o título foi algo que veio dele. No filme, protagonizado por Irene Ravache, Lucia retrata a situação da tortura vivida durante a Ditadura militar no Brasil.
Lucia numa certa ocasião disse "Conheci o Pedro quando eu era clandestina e estávamos fazendo uma pesquisa de campo em Cabo Frio. Eu levava muito a sério o meu papel de guerrilheira e ele disse: "Você está fantasiada de guerrilheira, assim você vai morrer, menina". _Anos depois, fui ao lançamento do livro de fotos dele sobre 1968 e disse: "Lembra de mim, Pedro? Eu não morri". Ele, então, escreveu na dedicatória no livro: "Que bom te ver viva". Foi ótimo, porque eu ainda não tinha o título do meu filme.
Foto: Leo Martins |
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