sábado, 7 de novembro de 2015

Balanço final de I Love Paraisópolis

Seria o fim ou um recomeço 

Terminou na noite (06), "I Love Paraisópolis" a melhor novela das sete da Globo, nos últimos dois anos, em questão de audiência e qualidade, o último grande sucesso para muitos foi "Sangue Bom" (2013). 
A trama escrita por Alcides Nogueira e Mario Teixeira, com colaboração de Vitor Oliveira, e direção Wolf Maia, estreou com a missão de manter bons índices de "Alto Astral", sua antecessora  que conquistou os telespectadores com uma trama despretensiosa que mesclava espiritismo e comédia romântica (usando e abusando dos mais variados clichês). Se o medo era este, quanto a isto foi uma alegria, só comemorar.  I Love Paraisópolis veio com uma ótima audiência, inclusive muitas vezes batendo Babilônia, novela das nove,que esteve no ar até agosto.


O que se deve a boa audiência e repercussão da trama das sete? Acredito imensamente que na popularidade Bruna Marquezine e Caio Castro (este contém uma legião de fãs nas redes sociais); além da escalão de um super elenco de coadjuvantes que na realidade carregaram a novela nas costas.

Inicialmente "I Love Paraisópolis" seria uma trama para o horário das seis e depois se chamaria "Lady Marizete" (já no horário das sete). Para a alívio mudou-se o horário e principalmente, com esta mudança pegou pesado na comédia e afirmaram que a troca de nome seria que eram duas protagonistas, além de Marizete, viviva por Bruna Marquezine, a sua irmã Pandora, Danda (Tatá Wernerck).


Nas duas duas primeiras semanas, percebi que Danda não era protagonista, mesmo nos fazendo rir imensamente com suas dandices e que a história de amor de Mari e Ben (perfeitamente vivido por Mauricio Destri) não rendia uma novela inteira; mesmo os dois tendo uma química incrível, uma trilha que caiu magistralmente para o casal.


Já nas primeiras semanas logo percebi que poderíamos ter uma torcida pra Mari ficar com Ben ou com Grego (Caio Castro), porém logo na minha mente veio a hipótese de surgir um novo casal Grego e Margo. Finalmente Maria Casadevall mostrou seu talento, que mulher é esta. O que falar de Caio Castro? 

Logo eu que sempre o critiquei em todos seus trabalhos anteriores, menos em "TiTiTi" (2010), sua primeira novela, após sair de "Malhação"; fora isto o metralhei em todos. Digo que "I Love" foi um divisor de águas na carreira do Caio. Fez um Grego sensacional, estava com medo de ser mais um personagem péssimo por ser interpretado pelo rapaz. Quando soube de sua escalação e vias as chamadas, morria de pavor . Porém queimei minha língua e posso elogiar muito mesmo, Caio fez um trabalho sério, comprometido, se dedicou e fez um Gregório inesquecível. O melhor trabalho dele ao lado de "TiTiTi" e de alguns momentos em "Malhação". Espero que Caio possa continuar fazendo excelentes papeis e melhorando a cada dia que passa. 

Perguntamos quem seria os vilões da trama? Pois muitos transitavam entre o bem e o mal, a começar pelo próprio Grego, que começou com um bandidão, mas que na realidade mesmo com diversas atitudes de vilanias como tentativa de assinado de Ben e Mari, Grego tinha um excelente coração, e fez o público torcer por ele. Soraya (Leticia Spiller), era uma vilã cômica, fazia suas maldades, como ser cúmplice na morte do primeiro marido, armar para Margo perder o filho, envenenar Grego etc; porém ela nos fazia rir, nos emocionar com seus momentos de humanidade, e até torcer por ela em algum instante. Os "bandidos" da comunidade, era para nos fazer rir, não podemos coloca-los como vilões. 

Os grandes vilões ficaram mesmo por conta de Sabão que aprontou tudo e mais um pouco, acabou preso e fazendo delação premiada, entregando a todos. Gabo muito bem vivido por Henri Castelli, louco por Soraya e pelo poder, acabou matando o próprio irmão, fez de tudo para ficar com a empresa, e ter mais e mais dinheiro, porém a morte do irmão o amargurava como vimos no final. Só tinha bom coração com os filhos nos momentos em que apareciam juntos e chegou a demonstrar que amava Soraya e teve solidariedade, chegando a sofrer quando Ximena ficou entre a vida e a morte. 

Agora o grande bandido mesmo, odiado por todos fica por conta de Dom Pepino (Lima Duarte), o mafioso quereria destruir a comunidade e a todos ao seu redor, apareceu nos primeiros capítulos como participação especial, porém depois voltou para arruinar a vida de todos. Acabou como todos queriam, morto ao lado de Gabo. 

Ai muitos perguntam o que um mafioso italiano, com negócios nos USA, fará numa favela brasileira? Respondo da seguinte maneira, realismo fantástico, esse foi o que I Love nos mostrou, muitos amaram e outros não suportaram. 


Sem duvida nenhuma neste novela, todos se destacaram e foram importantes para o decorrer da história. 

Os momentos de Soraya com o mordomo Junior (Frank Menezes) , me lembraram muito Tereza Cristina e Clô em "Fina Estampa" (2011). Fazendo o público rir demais, com suas frases,  uma dupla de tirar o chapéu.  

Como bem disse, os coadjuvantes fizeram histórias. As tramas paralelas que recheiam I Love Paraisópolis primam pela comicidade e são baseadas no humor escrachado, a receita do horário das sete. E cumprem muito bem a função de divertir. Para começo de conversa, tem Tatá Werneck e não se pode esperar outra coisa dela senão muitas gargalhadas. Sua personagem Danda é estabanada, fala rápido e seu inglês enrolation rende bastante. Frank Menezes, que vive o mordomo Júnior, é o que mais tem arrancado o riso. Seu bordão "favelaaaaaaada!" já é um sucesso. Suas brigas com a empregada Melodia (Olívia Araújo) e sua parceria com a patroa Soraya (Letícia Spiller) são hilárias. A profunda ignorância de Lindomar (Gil Coelho), o malandro Juju (Alexandre Borges) tentando reconquistar Eva (Soraya Ravenle), a divertida disputa de Claudete (Mariana Xavier), Mirela (Luana Martau) e Omara (Priscilla Marinho) pelo coração de Raul (André Loddi) e as tiradas da doce Izabelita (Nicette Bruno), cujo Mal de Alzheimer vem piorando a cada dia, são outras situações que se destacam.

Também merecem aplausos  Lucy Ramos (Patrícia), Giullia Buscacio (Bruna), Fabiula Nascimento (Paulucha), Caroline Abras (Ximena), Babu Santana (Jávai), Carolina Oliveira (Natasha), Márcio Rosário (Bazunga), Thainá Duarte (Lilica), Dani Ornellas (Deodora), Danilo Mesquita (Máximo, o Primo), Ilana Kaplan (Silvéria) e Zezeh Barbosa (Dália).


O autor do livro "Almanaque da Telenovela" e crítico de televisão Nilson Xavier, em sua crítica final a trama, coloca dois pontos excelentes.
"A trilha sonora não se limitou ao funk ou rap de periferia, como se poderia imaginar. Além de dois meninos cantores, a novela mostrou ainda o viés artístico da comunidade, como um núcleo com uma escola de balé.
Outro ponto positivo de “I Love Paraisópolis” foi a forma como a comunidade foi abordada. Ainda que fantasiosa (seria impossível mostrar a realidade nua e crua no horário), a novela nunca deixou de reivindicar questões sociais pertinentes. Não escancarou violência ou problemas públicos como saúde ou transporte – mas foram citados. Também abordou o racismo e o preconceito social de forma inteligente e informativa".

Os autores Alcides Nogueira e Mario Teixeira deram uma entrevista ao "Correio 24 horas da Bahia" e comentaram sobre o fim da trama.

Na reta final, a audiência tem sido ainda melhor: na última semana chegou ao patamar de 25,8 pontos, conquistando o maior Ibope dos últimos dois meses. “Fazemos um balanço muito positivo da novela. Conseguimos seguir nossa proposta de trabalho, desenvolvemos uma história na qual acreditamos e tivemos um time de primeira na realização. Mesmo algo que não tenha funcionado, tratamos com diversão e aprendizado. O resultado final é um carinho gigante e uma saudade enorme dessa novela”, afirma Alcides Nogueira. 


“O maior desafio é não perder o humor e a leveza, mesmo nas tramas mais densas. Não deixamos em momento algum de tratar de assuntos sérios, trouxemos questões – como o racismo – para a história e sem dúvida a comédia é uma forma de chegar nesse tom sem perder o foco do assunto”, emenda Mario Teixeira. 

O último capítulo nos mostrou fortes emoções, como a morte de Gabo e Pepino, Ben descobrindo que Gabo matou seu pai. Grego e a tia na prisão, a saída de Grego da penitenciaria, foi emocionante, o amor dele com Margo. O show do cantor Luan Santana, que tem sua música na trilha. O nascimento do filho de Danda, a partida de Expedito com Cluadinei, sem saber que a mulher era Claudinei, foi sensacional, mesmo o próprio dizendo que era homem, a trilha que tocou na partida dos dois. O dialogo de Soraya com Junior olhando no espelho e por aí vai. Um último capítulo bacana para um trama que conquistou o horário. 

Todavia encontrei falhas, e perguntas que não querem calar, a onde foi parar Acelsete? E Tatu que não apareceu mais? De resto, gostei muito do último capítulo, assim como amei a trama.

Parabéns Alcides Nogueira, Mario Teixeira, Vitor Oliveira e equipe. Parabéns Wolf Maia e equipe. 

Saudades I Love. 




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Incrível

 Mexe com meu psicológico. 😍😄