quarta-feira, 23 de março de 2022

Mesmo repetindo a estratégia de "Gênesis", "Reis" não tem possui o mesmo apelo

 

Ontem (22), começou "Reis" a nova produção da Record, novela ou série, como vocês preferirem. A Record tem investido pesado em novelas bíblicas desde do fenômeno "Os Dez Mandamentos", a emissora buscava repetir o imenso marco, que foi a história de Moisés (Guilherme Winter), todavia, não conseguiu e viu a fila de novelas bíblicas se desgastar a cada novo folhetim lançado (mesmo que "Jesus" (2018), tenho feito um certo sucesso). Até que chegou "Gênesis", que não chegou a ser o mesmo fenômeno de "Os Dez Mandamentos", porém, mostrou que a ideia de folhetins bíblicos ainda vive e tem apelo.

Com o sucesso de "Gênesis", fez com que a Recordo apostasse em "Reis", sua nova trama. A trama que mostrou a criação do mundo chamou a atenção pela grandiosidade de sua história e formato, que contou com sete fases que narravam histórias distintas, renovando sempre seus personagens e atores. Parece que "Reis" pretende ser uma “evolução” deste formato, sendo dividida em três temporadas distintas e narrando várias histórias.

Porém, não importa a nomenclatura do formato, a verdade é que "Reis" bebe da fonte de "Gênesis". Só que não tem o mesmo apelo de sua antecessora. "Gênesis" tinha o trunfo de contar com personagens conhecidos do grande público e passagens grandiosas, já consagradas pelo cinema ou outras produções.

"Gênesis" começava com Adão e Eva, uma história que habita o imaginário popular até de quem não é familiarizado com a Bíblia. A trama também contou a história da Arca de Noé, que não apenas tinha um protagonista também muito conhecido, como contou com sequências arrebatadoras do dilúvio. Torre de Babel foi outra fase que também trouxe uma história conhecida e belas sequências. Tudo isso fazia "Gênesis" chamar a atenção do público e explica seu sucesso, sobretudo nas primeiras fases.

E "Reis" não tem essa força. O folhetim mostra a história de Israel, do momento em que o profeta Samuel é usado por Deus para guiar o Seu povo, até a queda de Jerusalém. O primeiro capítulo mostrou Ana (Branca Messina), que será a mãe do profeta Samuel, sendo humilhada por Penina (Júlia Guerra) por não poder ter filhos, e os filhos de Eli (José Rubens Chachá) se desvirtuando dos caminhos de Deus, enquanto o juiz de Israel não acredita na má índole da prole.

O primeiro capítulo não teve grandes atrativos. A trama é uma ótima produção, extremamente bem-feita, com uma fotografia belíssima, apesar do filtro muito escuro neste início. Mas a história em si não se mostra capaz de arrebatar o público geral. "Reis" parece focar num público já iniciado no Livro Sagrado. Falta apelo popular.

Óbvio que a novela ou série está apenas no começo e de repente pode mostrar sua força no decorrer do tempo, todavia, a estreia não empolgou. A novela parece longe de resgatar os áureos tempos do projeto bíblico da Record. 

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