sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Quem é realmente

 QUEM REALMENTE É KELMON SOUZA O CANDIDATO FAKE QUE FEZ TRABALHO SUJO PARA BOLSONARO NO DEBATE DA GLOBO 


Ilha de Maré, Salvador (BA), dezembro de 2018. Entre as 300 famílias da comunidade quilombola Bananeiras, começa a chamar atenção um visitante peculiar: ora de batina, ora de camisa verde-amarela.


“Achávamos que ele vinha para veranear, a convite de uma senhora que morava aqui, mas acabou ficando, infelizmente”, conta uma pescadora, que prefere não se identificar.


“Primeiro, esse estorvo foi acolhido por uma família evangélica. Depois, alugou uma casa que fica numa ruazinha mais reservada da comunidade. Então, não é todo dia que é visto por aqui.”

O homem vestido como padre era Kelmon Luis da Silva Souza, que logo se tornaria conhecido dentro e fora da Ilha – ao menos entre os apoiadores de Jair Bolsonaro 


Kelmon se apresenta como padre ortodoxo e reza missas em locais improvisados. Os modos pouco usuais e a religião, desconhecida da maioria dos nativos, despertaram interesse da mídia baiana.

“Ele nunca pertenceu a uma igreja ‘de verdade’, canônica. Ele sempre gostou de se envolver com essas igrejas falsas que ele diz que é pertencente, mas não é”, disse ao portal Farol da Bahia um representante da Igreja Ortodoxa Antioquina, em maio.


AMEAÇAS A QUILOMBOLAS


Apesar da beleza natural, a comunidade de Bananeiras tem infraestrutura precária e é uma das mais atingidas pela contaminação dos grandes empreendimentos na Baía de Todos-os-Santos.


“Ele chegou como um salvador da pátria”, lembra a marisqueira Marizélia Lopes. “Nossa comunidade sofre racismo institucional, então as políticas públicas não são garantidas. Quando ele chegou, a fala dele era: ‘Ilha de Maré agora vai ter tudo’, e isso chama atenção”.


A desconfiança começou em 2019, quando vizinhos começaram a notar que ele se passava por “anfitrião” e “guia turístico” em sua conta no Instagram, convidando visitantes à Ilha. Em paralelo, grupos de imigrantes venezuelanos começaram a se instalar na comunidade, a convite do suposto padre.


A gota d’água veio em novembro de 2020, quando Kelmon postou uma foto em suas redes afirmando que havia colocado a pedra fundamental do que seria a “paróquia de São Lázaro de Betânia” – dentro do manguezal Ponta do Capim, uma área de proteção ambiental.


“Ele cercou o lugar onde seria essa paróquia improvisada. Como a maré estava cheia e não dava para passar, o pessoal acabou tirando as pedras dali”, conta o morador Bruno Nascimento. “Ninguém foi avisado da construção dessa paróquia.” 


MOTIVAÇÕES 


Da dobradinha com Roberto Jefferson, também surgiu a ideia de promover retiros trimestrais de jovens na Ilha de Maré para debater “Jesus como modelo para a vida política.”


“Ele está trazendo um monte de gente branca para cá. Construiu um galpão na comunidade, e está chamando uns eventos com muita bebida, muita comida, churrascada, e assim vai conquistando e cooptando as pessoas”, relata Marizélia. 


“O que a gente desconfia muito é que ele está numa linha de especulação imobiliária. Ele tem trazido pessoas e continua no Instagram convidando pessoas para conhecer a Ilha de Maré”, afirma a moradora. “A gente mandou carta para a igreja que ele diz que faz parte, e a própria igreja diz que ele não pertence.” 


FONTE : Portal Brasil de Fato



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