segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Diretor de "Mulheres de Areia" comparou versões

“Glória é boa, mas Eva foi melhor”, afirma diretor de "Mulheres de Areia"


Em 1973, tivemos na TV Tupi, um dos maiores clássicos das nossas telenovelas que foi "Mulheres de Areia", Edison Braga foi um dos diretores do folhetim ao lado de Carlos Zara, que também atuava na trama. 20 anos depois, em 1993 quando a Globo realiza um remake da trama (que por sinal também é considerada por muitos como uma das melhores de todos os tempos), Braga da uma entrevista à Folha de São Paulo onde nos conta suas impressões. 

“Hoje eu não vejo novela, só espio. Vi os primeiros capítulos e achei muito bem feitos, os cenários naturais muito bonitos, os estúdios bem produzidos”, elogiou Braga. “Não achei bom terem feito um mix com O Espantalho. Acho que Mulheres se bastava, era um folhetim assumido e, na época, bem aceito”, completou ele, que, na época, estava com 50 anos e trabalhava com vídeos institucionais.

Ele deixou bem claro a sua opinião sobre a escola de Glória Pires para encarar as gêmeas Ruth e Raquel, “Achei a Glória Pires à altura dos personagens, mas ainda assim acho que a Eva foi melhor”, afirmou. “O Tonho do Marcos Frota é muito bom”, completou.

O diretor aproveitou também para nos contar alguns detalhes da produção da trama original. “A novela tinha cerca de 65% de externas. Como só havia o diretor e o diretor de TV, passávamos madrugadas estudando”.

Claro que na época não se tinha os modernos recursos de computação gráfica usados pela Globo, Braga nos contou como eram feitas as cenas em que as gêmeas contracenavam. “Era rudimentar. A gente gravava tapando um lado da lente com cartolina preta. Tentava deixar, quando era estúdio, uma intersecção de paredes para disfarçar. Depois soltava o tape gravado e fundia com o que a Eva Wilma estaria fazendo na hora. Ela memorizava o tempo das falas gravadas e contracenava. Também usávamos dublê, plano e contraplano, cortes”, finalizou.

Ele também cita um imprevisto que pouca gente sabe: Eva Wilma se acidentou durante a trama e teve que ausentar por um longo período.

“A Eva Wilma sofreu um acidente de carro, cortou um lado do rosto e ficou um mês fora da novela. A Ivani teve que cair para tramas paralelas. Quando a Eva voltou a gravar, a gente tinha o cuidado de pegar ela do lado que não aparecia a cicatriz. Mas quando era uma cena das gêmeas, uma delas era sacrificada, geralmente a Raquel, que se mexia mais”, relatou.

Concluindo, o diretor disse que tinha responsabilidade no romance entre Eva Wilma e Carlos Zara, que começou exatamente nesse folhetim. “Eu me sinto meio cupido porque mandava eles repetirem as cenas de beijo, e dizia para o Zara abrir mais a boca, para ficar mais sensual”. 

Além da Tupi, Braga dirigiu produções de teledramaturgia na Band e na TV Cultura, além do programa Hora da Verdade, que Márcia Goldschmidt apresentou no início dos anos 2000. O diretor veio a falecer em 11 de junho de 2008, aos 65 anos, em São Paulo (SP).





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