segunda-feira, 11 de março de 2024

"De Corpo e Alma" chegará ao Globoplay


#DeCorpoEAlma CHEGARÁ AO #globoplay 


A plataforma Globoplay se posicionou a respeito em matéria de Vítor Antunes para o site Heloisa Tolipan. O folhetim exibido entre agosto de 1992 e março de 1993 será disponibilizado no streaming, mas ainda não há previsão para tal.


 31 anos do fim de sua exibição, “De Corpo e Alma” é uma novela de sensível lembrança. Marcada pelo assassinato da atriz Daniella Perez (1970-1992), que interpretava a personagem Yasmin – na qual a trama tinha quatro meses no ar -, a novela de Gloria Perez, mãe de Daniella nunca foi reprisada em nenhuma plataforma nacional, ainda que tenha tido algumas reexibições fora do país. 


No elenco constava não apenas a atriz falecida, mas o seu algoz, o ex-ator Guilherme de Pádua (1968-2022). Em razão da violência que atravessou a novela, uma dúvida persistiu na cabeça dos fãs: Será que a trama entrará no Globoplay? Segundo a plataforma, não procede a afirmativa de que a novela não fará parte do catálogo. Ou seja, ainda que não haja data definida, a novela entrará na plataforma. Será a chance do noveleiro mais assíduo conhecer a trama, que já tinha muito do universo gloriapereziano: samba, subúrbio, amores impossíveis e fortes temas centrais, como a doação de órgãos e a troca de bebês na maternidade. A novela também apresentou ao público geral o “Clube das Mulheres“, espaço onde elas podiam ver homens fazendo striptease, algo incomum até então.


“De Corpo e Alma” foi atravessada por um triste evento. No dia 28 de dezembro de 1992, Daniella Perez, filha da autora Gloria Perez, foi alvo de uma emboscada de seu colega de elenco Guilherme de Pádua, em cumplicidade com sua então esposa, Paula Thomaz. O caso emocionou o Brasil e até hoje ainda repercute. Em 2022 foi produzido o documentário “Pacto Brutal“, no qual o caso era revisitado 30 anos depois do ocorrido. Gloria Perez lutou em favor de transformar crimes dessa natureza como hediondos, e conseguiu, em 1996. E, segundo consta, escreveu a novela “O Clone“, como forma de homenagear a filha, como se pudesse trazê-la de volta, através dessa ferramenta. É Juca de Oliveira, que interpretou Albieri, quem conta este dado, em depoimento ao Memória Globo.


Durante anos permaneceu a história que “De Corpo e Alma” era uma espécie de “novela proibida“, em razão da morte de Daniella. Há uma dita que acabou virando senso comum na Internet, de que Gloria Perez havia pedido para que a trama não fosse reprisada. A autora nunca afirmou isso categoricamente. Entramos em contato com ela perguntando sobre esse possível veto e ela frisou que “nunca houve nenhuma conversa [entre ela e a Globo] sobre esse assunto”. Em todo caso, a trama nunca foi reexibida, recebendo apenas transmissões internacionais. Foi ao ar pelo canal SIC, em Portugal, devido a uma uma obrigação contratual entre as duas emissoras, já que a Globo era uma das sócias da TV portuguesa. Essa versão, inclusive, é a única disponível e que costuma ser acessada no YouTube. Consultamos um no qual constava os cinco primeiros capítulos da novela. “De Corpo” foi exibida na Bolívia, Chile, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, Líbano, Macau, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.


Houve um momento, ainda nos anos 2000, que a Globo cogitou reprisar “De Corpo e Alma“. No início daquela década, a TV solicitou ao Ministério da Justiça a liberação da trama. No Diário Oficial de 24.05.2000 o MJ liberou, contanto que fossem feitos cortes. Com uma temática avançada, seria uma novela “muito quente” para ser exibida à tarde. Porém, a TV mudou de ideia e em seu lugar, exibiu “A Próxima Vítima“, de Sílvio de Abreu. Não mais pensariam em tirá-la oficialmente da gaveta, ainda que cenas foram exibidas no documentário true-crime sobre a atriz, produzido pela HBO Max, o “Pacto Brutal“.


Outras razões para as quais a novela costuma entrar no rol das vetadas diz respeito aos seus bastidores turbulentos – alguns numa referência direta ao ocorrido com Daniella. Tarcísio Meira (1935-2021) não queria continuar na novela. Segundo ele próprio chegou a declarar, a seu ver não fazia sentido que o folhetim continuasse sendo transmitido ante ao clima dolorido que a circundava. Fora isso, Betty Faria namorou com um dos atores da trama, Maurício Branco, o que também gerou grande discussão na época em razão de Betty ser muitos anos mais velha que ele e, na novela, ele viver seu filho. Outro assunto que também gerou controvérsia foi a abordagem acerca da questão gótica. Eri Johnson vivia Reginaldo e os góticos reais o problematizavam. Porém, Reginaldo fez tanto sucesso que acabou, inclusive, estampando a capa da trilha sonora internacional da novela. A Revista Manchete, para explicar sobre o que era a “tribo” de Reginaldo, trouxe o seguinte título em uma matéria: “A senhora gostaria de ter um filho gótico?”


Para Gloria Perez, por motivos óbvios, a novela também foi desafiadora. Além de perder a filha, na vida pessoal, na demanda profissional, ela acabou precisando lidar com a perda de dois personagens – Bira, vivido por Pádua, e Yasmin, de Daniella. Imediatamente após a morte da filha, coube a Gilberto Braga (1945-2021) e Leonor Bassères (1926-2004) escreverem a trama até que Glória pudesse voltar. A autora voltou à escrita e, com valentia, foi até o fim, em março de 1993. Tendo que lidar com a pressão do crime, da mídia e sua sede pela justiça para a prisão dos assassinos.





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