Exibida originalmente na Globo em 2005, A Lua me Disse será resgatada pelo Globoplay em julho. A novela de Miguel Falabella e Maria Carmem Barbosa, dirigida por Roberto Talma, chega à plataforma do streaming em 31 de julho. Há 18 anos, a trama causou polêmica com personagens que renderam acusações de racismo.
O centro da controvérsia eram as irmãs trambiqueiras Latoya (Zezeh Barbosa) e Whitney (Mary Sheyla), que na verdade se chamavam Anastácia e Jurema. Elas tentavam negar traços de sua negritude, o que foi encarado por ativistas como um estímulo ao preconceito, segundo o site Teledramaturgia.
Além de alisar e clarear cabelos, elas chegavam a usar pregadores de roupa no nariz a fim de afiná-los, em uma das sequências de maior repercussão. Por outro lado, foi feito um paralelo com outra irmã, Violeta (Isabel Fillardis), uma administradora de empresas bem-sucedida que tinha orgulho de sua raça.
Havia também a Índia (Bumba), idosa indígena alvo de humilhações no trabalho como empregada doméstica. Na época, o Ministério Público recomendou que não fossem transmitidas cenas que expusessem a personagem a situações constrangedoras ou degradantes.
Antes da estreia, os autores anteviram a polêmica. “O ridículo também é capaz de conscientizar”, disse Maria Carmem Barbosa em entrevista à revista Época. “Acho que pode criar polêmica com gente burra; com gente inteligente, não”, desconversou Miguel Falabella, na ocasião.
Em agosto daquele ano, a revista Veja apontou uma mudança no perfil das personagens. Whitney, que era fútil e interesseira, abandonou a dupla com a irmã Latoya e passou a contracenar mais com a perua Madô (Débora Bloch), de quem vira amiga. Já a outra seguiu fazendo maldades e se associou aos vilões da história.
A reportagem também apontou outros tipos problemáticos do enredo, como Coriolano (Agildo Ribeiro, em participação especial), um homossexual caricato. Por outro lado, a transgênero Dona Roma (Miguel Magno) era a personagem mais querida pelo público da novela, segundo pesquisa.
Nunca reprisada, A Lua me Disse era centrada na história de Heloísa (Adriana Esteves), vítima do ódio da ex-sogra Ester (Zezé Polessa), que culpa a moça pela morte de seu filho. O coração da moça fica dividido entre o ex-cunhado Gustavo (Wagner Moura) e o misterioso Tadeu (Marcos Pasquim).
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