Fim da primeira fase aquém das expectativas
Depois de seis semanas, chegamos ao fim da primeira fase de "Nos Tempos do Imperador", e infelizmente a trama das seis recebeu muitas críticas e a audiência aquém da esperada, uma médica de 17,5 pontos no Ibope da Grande São Paulo, quando a meta são 20 pontos – enquanto as reprises anteriores, "Flor do Caribe" e "A Vida da Gente", alcançaram 20 e 19 pontos, respectivamente.
Muitas pessoas estão achando errado a forma como a produção retrata Dom Pedro II e sua família, como figuras extremamente complacentes com a causa da abolição da escravatura. O que pra muitos sugere revisionismo histórico, ou, no mínimo, uma tentativa de melhorar a imagem da família imperial.
Segundo Fernando Carvalho, estudante de comunicação, mostra-se "Uma família bondosa demais, mas que sente-se impotente demais ante a escravidão. Também apática demais".
De acordo com Camila Macedo, eles ainda teimaram em abordar a escravidão sob a ótica de brancos, enaltecendo personagens brancos redentores – Pilar, Barral, Pedro, Tereza Cristina – em detrimento da luta dos negros.
Infelizmente o até o momento, o núcleo da Pequena África, de resistência negra, não teve importância nenhuma até agora, quando comparado às tramas dos personagens brancos.
Na terceira semana, ocorreu um dos grandes absurdos no folhetim, com uma sequência de puro racismo reverso, algo inaceitável nos dias de hoje. Com isso acabou gerando uma grande má vontade do público da crítica com a novela. Passou a existir um movimento da produção para aparar – ou ao menos amenizar – erros, já que a novela já foi gravada. Cenas estão sendo reeditadas e atores voltando a estúdio.
Parece que a trama já não vinha bem de qualquer jeito, muita gente reclamando do ritmo lento, além da falta de química entre os protagonistas Pilar e Samuel. Também vi nas redes sociais, que pipocaram críticas à dupla Germana e Licurgo, amada na novela "Novo Mundo", mas aqui apenas sobrando.
Nessa última semana semana da primeira fase, a abertura do cassino de Quinzinho deu dinamismo à trama, o que rendeu bons ganchos e desdobramentos para a fase seguinte.
Com toda certeza o grande nome da novela até aqui é o vilão Tonico Rocha, dominando a trama e engolindo os demais personagens. Carismático e engraçado, às vezes debochado, às vezes ridículo ou repugnante, é o melhor personagem. Alexandre Nero está dando um show, como de costume. A dobradinha com Gabriela Medvedovski é sensacional, por Pilar confrontá-lo sempre, rendendo grandes cenas.
Sensacional toda a situação, – que culminou com o rompimento de Pilar e Samuel. Tonico instiga Dolores a fomentar uma mentira contra o casal e Pilar flagra o amado em um local suspeito, acompanhado de Luísa com o batom borrado – onde ele evitou que a condessa e o Imperador fossem vistos aos beijos. Remete às excelentes armações dos vilões das novelas de Gilberto Braga.
Agora é torcer para que tenhamos uma nova grande fase. Eu particularmente estou gostando muito da trama, apesar dessas críticas que recebeu.
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