segunda-feira, 27 de setembro de 2021

10 motivos para assistir "Pai Herói"

Hoje, segunda-feira (27), o Globoplay coloca em seu catálogo a clássica novela "Pai Herói", da gênia Janete Clair, que foi exibida orginalmente em 1979 e já foi reprisada pelo canal Viva entre 2016 e 2017. 

Coloco aqui pra vocês alguns motivos para acompanharem esse grande clássico.


Grande sucesso

Janete Clair escreveu a novela depois do sucesso de O Astro, do ano anterior. Pai Herói comprovava mais uma vez o seu poder catalisador de massas. Um folhetim clássico, com todo o intrincado novelo de tramas e personagens típico da autora. Foi um fenômeno de audiência e repercussão em sua época.






Há 42 anos, direto do túnel do tempo



Uma sociedade sem computador, internet e smartphones. Pai Herói era ambientada no Rio de Janeiro de 1979, em cenários como Ipanema e Nilópolis, na Baixada Fluminense. Também teve externas nos municípios de Maricá, São José do Vale do Rio Preto e Três Rios (RJ), e em Bariloche, na Argentina.

Além dos carros, roupas, moda e decoração da época, é a oportunidade de rever atores que já nos deixaram, como Paulo Autran, Carlos Zara, Cláudio Cavalcanti, Beatriz Segall, Flávio Migliaccio, Regina Dourado, Jorge Fernando, Lélia Abramo, Dionísio Azevedo, Yara Lins e outros. E Tony Ramos, Elizabeth Savalla, Jorge Fernando, Fernando Eiras e Nádia Lippi jovens e lindos, então campeões de cartas de fãs.

Tapa buraco

Não era a vez de Janete Clair escrever novela. De acordo com a ordem de autores da época, após Gilberto Braga (que concluía Dancin´ Days), seria o momento de Lauro César Muniz apresentar um novo trabalho. A sinopse de Fênix havia sido aprovada e o elenco estava começando a ser escalado, quando Lauro caiu doente. Janete, que havia acabado de escrever O Astro, foi acionada às pressas para substituí-lo.

Janete tomou então uma antiga radionovela sua, Um Estranho na Terra de Ninguém (de 1958), incrementou e transformou em telenovela. Lauro, finalmente, veio depois, com Fênix rebatizada de Os Gigantes.

Tony e Savalla

A Globo repetia em Pai Herói o “casal sensação” do trabalho anterior de Janete, O Astro. Menos de um ano antes, Tony Ramos era Márcio Hayalla, um rapaz rico, e Elizabeth Savalla era Lili, uma moça pobre. Na nova novela, eles eram André Cajarana, um rapaz pobre, e Carina Brandão, moça rica.

Curiosamente, a autora queria que André terminasse a novela nos braços de Ana Preta (Glória Menezes), a terceira ponta desse triângulo amoroso. Mas Janete acatou o desejo da maioria do público, que torcia por André e Carina, em um autêntico shipping #Andrerina vs. #Andreana.

Boom de Andrés e Carinas

Se você nasceu em 1979 e se chama André ou Carina, com certeza foi assim batizado por conta dos personagens e Tony Ramos e Elizabeth Savalla na novela. Os nomes se popularizaram na época e os cartórios registraram um verdadeiro boom de Andrés e Carinas.

De acordo com matéria publicada na revista Veja São Paulo (em 28/08/2017), por causa da novela, houve um crescimento de mais de 600% de registros de bebês chamados André em relação à década anterior (de 1960), e, em 1979, o dobro de registros de todos os anos anteriores da década de 1970. Quase inexistente até os anos 1960, o nome Carina teve pouco mais de 7 mil registros de 1971 a 1978, pulando para quase 30 mil em 1979, quando Pai Herói foi ao ar.

Trabalhos impecáveis…


… e memoráveis de Tony Ramos, Elizabeth Savalla, Glória Menezes (a sofrida Ana Preta, um de seus melhores papeis em novelas), Rosamaria Murtinho (como a neurótica Walkíria), Claudio Cavalcanti (o pilantra Gustavo) e Carlos Zara (estreando na Globo como o vilão César Reis).

Paulo Autran, avesso às novelas, fazia a sua primeira telenovela diária, como o adorável vilão Bruno Baldaracci, um tipo italiano, mafioso e tragicômico que caiu no gosto do público e lhe marcou a carreira. Ao final, de novo para não desapontar o público, a autora não puniu o vilão por seus crimes. Perseguido pela polícia, Baldaracci foge em um helicóptero, fantasiado de pierrô.

O público não entendeu o final

Pai Herói teve um “quem matou?” uma semana antes de seu término. Vários personagens tinham motivos de sobra para liquidar o escroque César Reis (Carlos Zara). O último capítulo, não ficou claro para o telespectador quem havia cometido o assassinato.

A Globo recebeu tantos telefonemas de reclamações que Janete Clair teve que ir ao Fantástico explicar o desfecho de sua trama. O mandante do crime havia sido Baldaracci, que estava sendo chantageado por César.


O sofrimento de Savalla

A atriz, que interpretava uma bailarina clássica, teve aulas de balé e foi obrigada a fazer um rigoroso regime. “Sofri muito… de fome! Passei oito meses de regime, sob a vigilância de uma coreógrafa russa!“, declarou Savalla em entrevista.

A Globo contratou a russa Eugenia Feodorova para assessorar as gravações de balé. Mais de trinta bailarinos fizeram parte do corpo de dança que montou especialmente para a novela os espetáculos O Lago dos Cisnes e Gisele, entre eles os franceses Atillio Labis e Françoise Legrée, da Ópera de Paris.

A abertura


Simples aos olhos de hoje, a abertura da novela marcou época. Um quebra-cabeças vai sendo montado até formar a imagem de um menino, em uma alameda, de mãos dadas a um homem cujas peças estão faltando. Um quebra-cabeças igual ao da abertura foi ofertado no Dia dos Pais de 1979 como brinde em um shopping center em São Paulo. A música-tema – “Pai“, de Fábio Jr. – remete imediatamente à novela: “Pai, você foi meu herói, meu bandido...”

Em 1982, a emissora mexicana Televisa plagiou descaradamente a abertura de Pai Herói na sua novela Chispita: em vez de um homem e um menino, o quebra-cabeças mexicano formava uma mulher e uma menina.


A trilha sonora

Muito antes de artistas aparecerem no Bar da Dona Jura (de O Clone), personalidades como Elza Soares, Ângela Maria e Nelson Gonçalves deram uma palhinha na casa de samba Flor de Lys, da personagem Ana Preta (Glória Menezes). A trilha nacional da novela trouxe a fina flor da MPB e do samba do final dos anos 70: Alcione, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Maria Bethania, Moraes Moreira, Renato Teixeira, Roberto Ribeiro, Guilherme Arantes, Carlinhos Vergueiro, Marina.

O LP internacional vendeu como água e a maioria das músicas tocou muito nas FMs da época. O Brasil vivia o auge da Era Disco e a trilha teve dois hits do período: “AA AA UU AA EE” (Zack Ferguson) e o hino gay “I Will Survive” (Gloria Gaynor). A música mais executada dentro da novela foi a francesa “Allouette”, tema de Carina, gravada por Denise Emmer, filha de Janete Clair e Dias Gomes.

Também o mega-hit “Heart of Glass” (Blondie), as baladas “You Needed Me” (Anne Murray), “Sharing the Night Together” (Dr. Hook), “How You Gonna See Me Now” (Alice Cooper), “I´d Rather Hurt Myself” (Randy Brown), “I Just Wanna Stop” (Gino Vannelli), “Mirrors” (Sally Oldfield) e a cafonérrima “Pigeon Without a Dove” (Patrick Dimon).









Nenhum comentário:

Postar um comentário

Incrível

 Mexe com meu psicológico. 😍😄