sexta-feira, 10 de junho de 2011

Vasco campeão da Copa do Brasil, em jogo histórico mesmo com derrota de 3x2 para o Coxa

Memorável, o grito estava entalado na garganta há 8 anos

 Foi uma das vibrações mais intensas, foram oito anos, dois meses e 18 dias ou para simplificar esses números foram 2999 dias, assim estava o Vasco sem títulos de expressão, títulos na elite do futebol brasileiro, o último foi em 23 de março de 2003, o Campeonato Estadual, de lá para a equipe não conquistou nenhum título de expressão, vivendo um inferno astral, como crises políticas, perdas de ídolos, não tendo referencia, até que acabou com queda para a Segunda Divisão em 2008, ano em que Roberto Dinamite, maior ídolo da entidade, assumiu a presidência. Roberto trouxe Rodrigo Caetano para ser diretor de futebol, ali começava a reconstrução de um novo Vasco, tentando achar de alguma forma uma identidade.
Conseguiram voltar a elite ganhando a Série B em 2009, mas não era esse título que a massa vascaína em todo o Brasil gostaria de ter, conquistaram a inexpressiva Copa Hora, torneio amistoso realizando no Sul, no período de paralisação da Copa do Mundo, no ano passado, mas esses dois títulos, não significam nada pros torcedores, dirigentes, que gostariam de um título de expressão em nível nacional, ainda mais um título histórico e inédito da Copa do Brasil.

Num jogo histórico, num Couto Pereira completamente lotado, verde e branco em massa, o Vasco perdeu por 3x2, para o Coxa, uma derrota nunca foi tão comemorada pelos vascaínos; derrota esta dramática e emocionante, um jogo para ficar na história, a primeira vez que as duas equipes se enfrentavam numa final de Copa do Brasil, final inédita, apesar do Vasco já ter ido outra decisão em 2006.
O título da ultima quarta-feira veio no melhor momento, no ano que pode reeleger Roberto Dinamite na presidência do clube, num momento fantástico onde todo o grupo se entende, o trabalho tão contestado no início do ano, quando fracassou na Taça Guanabara, ao perder quatro jogos seguidos, ter problemas com Carlos Alberto, a demissão de PC Gusmão, a permanência de Felipe, que também poderia ser incerta pelo conturbado momento que a equipe vivia; a chegada de Ricardo Gomes que finalmente colocou ordem na casa, reconstruiu o ambiente abalado, trouxe a presença, capacidade e companheirismo de Felipe pro grupo, a chegada de reforços como Diego Souza e Alecsandro; obteve a resposta do torcedor, que se manteve fiel ao seleto etc. um verdadeiro projeto dando certo, tanto que antes da derrota pro Coxa, Ricardo Gomes só tinha duas derrotas a frente do seleto.

Não querendo comparar de maneira alguma, mas esse título da Copa do Brasil ficou teve uma importância tão grande ao clube, que Eder Luis e Alecsandro autores dos gols nesta decisão (Alecsandro fez o do jogo em São Januário), entraram para a história vascaína, como Ademir Menezes campeão sul-americano em 1948 no Chile, Bebeto campeão brasileiro em 1989 em cima do São Paulo, no Morumbi, Romário campeão da Mercosul em 2000, em cima do Palmeiras, dentro do Parque Antártica; isso mostra que o Vasco também tem uma força gigante fora de casa, mostrando que pode detonar seus adversários longe de seu caldeirão.

Parecia que o Vasco definiria o jogo ainda no primeiro tempo, pois logo abriu o placar com Alecsandro, que calou todos os críticos, marcando gols nos dois jogos da decisão e escrevendo seu nome na história do Vasco. Mas o Coxa fez pressão e virou o jogo ainda na primeira etapa, com Bill e Davi, deixando a torcida enlouquecida, que acreditava que o time paranaense ainda pudesse fazer mais um e deixando o caneco em Curitiba. Um partidão, no segundo tempo, o seleto comandado por Marcelo Oliveira veio melhor e tentava o gol a todo custo, mas Eder Luis esfriou a reação do time da casa, com um belo gol de fora da área, muitos podem achar que foi falha do arqueiro Edson Bastos, mas não foi não, a bola fez uma imensa curta e traiu o goleiro. Eder Luis partiu para a comemoração, novamente o Trem Bala da Colina estava novamente com as mãos nos título.

Mas nada estava definido, aos 21 minutos, uma bola sobra para William pega de primeira e marca um golaço, sem chance nenhuma para Fernando Prass, que nada pode fazer, com esse resultado o caneco continuava indo para São Januário, mas o Coxa fez fazia pressão e quase marcou o quarto, no final do confronto foi na base do coração, até que Sálvio Spinola (que por sinal atuou muito bem) ergueu os braços, dando números finais ao sofrimento dos vascaínos, a alegria, o choro, emoção, tudo comovente. O Vasco agora sim esta de volta ao cenário do futebol brasileiro, de volta a Libertadores, depois de 11 anos.

Essa conquista do Vasco encerrou o segundo maior jejum sem títulos da equipe na história. Foi o segundo maior jejum de títulos da história do clube, menor apenas do que o de 3.164 dias, ocorrido entre 1936 e 1945 (ambos com conquistas estaduais). 

Parabéns ao Coritiba que também esta se reerguendo nesta temporada e pode fazer um bom Campeonato Brasileiro.


Números do campeão na competição:

11 jogos
5 vitórias
5 empates
1 derrota
20 gols marcados
9 gols sofridos
26 cartões amarelos
0 vermelho

Artilheiro: Alecsandro = 5 gols

16.081 de média de público (17.054 em casa e 15.269 fora)

Média de renda:

R$: 369.699
Em casa: R$ 398.438
Fora: 345.750

Seleção da Copa do Brasil:

Fernando Prass – Vasco
Alan – Vasco
Bruno – Avaí
Dede – Vasco
Vicente – Ceará
Léo Gago – Coritiba
Felipe – Vasco
Eder Luis – Vasco
Willian – Avaí
Alecsandro – Vasco
Bill – Coritiba

Técnico: Ricardo Gomes


Um comentário:

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