A LEMBRANÇA DE HOJÉ É DA D. LILI, ESPOSA DO ZEBINHO DUTRA, MÃE DE ELIANE, ADILSON, CELESTE, TEREZA E PATRÍCIA, QUE, NESTE DIA 23 DE AGOSTO, COMPLETA 31 ANOS DE SUA MORTE.
Transcrevo abaixo uma crônica escrita por Adilson Dutra...
Oi, mãe!
Tem certos dias em que eu penso e busco uma lembrança sua e, claro, sempre encontro a melhor, principalmente quando viajo por aí, conhecendo novos lugares, incentivado que fui pela senhora, apaixonada pela nossa história universal e uma mestra em geografia.
Como aprendi contigo nas cadeiras do quartinho de víspora!
Certo dia dona Nerilda, minha professora, quis saber o porquê de tanta atenção nas aulas de geografia, a resposta foi clara e objetiva, tenho que aprender para repassar para minha professora de casa, que é ávida por novidades e quer saber o que não conseguiu aprender no seu tempo de estudante.
Lembra das lições sobre as capitais do Brasil? A cada capital a senhora contava uma história sobre ele. "Em Salvador, quando a gente for lá, dizia, temos que conhecer o Elevador Lacerda", e eu, desobediente, ainda não fui a Bahia, mamãe. Sabe o Gogó da Ema, em Fortaleza, que tanto falaste? Fui lá, mas não tinha mais, mas a Praia de Iracema eu conheci e me lembrei da senhora.
E das capitais do mundo, tá lembrada, Mãe? A senhora ria demais quando eu dizia que a capital de Portugal era Sport Clube Benfica Lisboa, nome oficial do Benfica de lá, que a capital da Itália era simplesmente Roma, e da Espanha era Real Madrid? Um dia levei um puxão de orelha, de leve, né? Lembra por quê? Por que eu disse que a capital da Alemanha era Bayern Munique. Errei e fui corrigido, eu não sabia que era Berlim, naquele tempo eram duas Alemanhas. Mas tudo bem, a saudade me faz lembrar de tudo isto.
Sabe mais aonde fui, dona Lili? Fui a Roma, orei pela senhora no Vaticano e chorei uma barbaridade em Éfeso e no Santuário de Fátima, em Portugal. Sabe por quê? Porque sabia que estavas ao meu lado, de mãos dadas comigo, perguntando se eu estava feliz por realizar sonhos.
Nunca viajei sozinho, claro que Marina está sempre comigo, mas a Senhora e o Santo Papa João Paulo II estão sempre ao nosso lado, me mostrando o caminho e nos protegendo, sabe onde fui? Digo de novo. Vi a Torre Eiffel de perto, mãe, a senhora tinha razão, o lugar é realmente histórico.
Mãe, não é na hora de viagem que lembro de ti, nossos encontros, eu, Marina e toda a família, tem sempre um momento que olho para o lado e a vejo com a Eliane brincando com Luna e Felipe, seus bisnetos, a Luna sempre me pergunta como a senhora era, eu digo que a senhora é uma supermãe e sem dúvida alguma eu puxei alguma coisa de ti, não sei se a simpatia, a educação ou se foi tudo clonado em mim, acho que sim.
Paro por aqui, estou chorando e com uma saudade imensa que faz meu coração ficar doendo, afinal são vinte e sete anos de ausência física, mas praticamente setenta anos de sua mão estendida para me proteger e acariciar.
Beijo, mãe, continuo amando a senhora de montão, como eu já disse centenas de vezes. E, antes que me esqueça, dê um grande beijo no papai, ele, com certeza, está muito feliz com o que ando fazendo por aqui.
Minhas considerações: D. Lili é uma unanimidade entre aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-la, de uma meiguice em pessoa. Entre os anos 1970 e a primeira metade dos anos 1980, estive sempre presente naquele reduto próximo à Prefeitura (minhas primas Andréia e Adriana ali residiam), e sou testemunha das delícias que D. Lili preparava para o bar de seu marido, o Zebinho. Lembro-me dos quindins, bombocados e dos inesquecíveis pastéis. Viajei no tempo e deu água na boca.
Fonte: Tadeu Miracema
Nenhum comentário:
Postar um comentário