segunda-feira, 20 de maio de 2019

Chegou ao fim a problemática "O Sétimo Guardião"

Lília Cabral (reprodução) 
Lamentavelmente "O Sétimo Guardião" não deixará saudades

Chegou ao fim, na última sexta-feira (17), "O Sétimo Guardião", talvez, se não um dos maiores problemas da Globo, nos últimos anos, inclusive mais problemática que "Babilônia" (2015).

O folhetim simplesmente não aconteceu, tanta coisa foi prometida em sua estreia, fico me perguntando o que deu errado. A média final na audiência, foi péssima - abaixo do mínimo esperado para o horário (28.75 pontos no Ibope da Grande SP) e bem abaixo das últimas produções ("Segundo Sol": 33.36, "O Outro Lado do Paraíso": 38.23, "A Força do Querer": 35.66). A agora ex novela das nove, ficou nos devendo uma trama e tanto - a repercussão acontecia sobre os conturbados bastidores.

Pra começar processo movido por ex-alunos do curso de roteiro de Aguinaldo Silva, reivindicando crédito na criação da obra, fomentou a mídia muito mais do que o alardeado retorno do autor ao realismo fantástico, estilo consagrado pelo autor Aguinaldo Silva nos anos 90.  A fofoca generalizada (Marina Ruy Barbosa apontada como o pivô da separação de José Loreto, hostilizada por colegas de profissão; reunião na Globo para um suposto pedido de desculpas; suposta briga entre Marina Ruy Barbosa e Lília Cabral etc.

A história da fonte milagrosa e os mistérios que eram ligados aos guardiões, não fizeram o público se encantar e acabou passando um pouco batido pela maioria dos telespectadores, e algo de muitas críticas da imprensa e entendedores sobre novelas. Para muitos dessa vez faltou sintonia entre o texto de Aguinaldo e a direção de Rogério Gomes (algo que combinou fabulosamente em "Império" (2014). Será que dessa vez Papinha dirija o mesmo que Aguinaldo escrevia? Pergunta esta feita por muitas pessoas.

O insistente clima de mistérios, fotografia e trilha sonora soturnas, além de textos longos, teria sido melhor numa série ou numa novela das 23 horas (que é menor do que uma das 21). Acredito piamente que com alguns ajustes, teria sido sucesso ás 23 horas. De acordo com muitas pessoas "O Sétimo Guardião" não era uma trama folhetinesca de modo algum, o que logo não renderia uma novela longa - de seis meses. Os folhetins das 9 pedem uma trama com algum romance - o que em "OSG" não ocorreu.

O autor ao mesmo tempo que teve culpa, também teve azar. Os perfis dos protagonistas Luz e Gabriel, não foram nada atraentes para o telespectador. Escalação equivocada de Marina Ruy Barbosa - disse isso desde quando soube que Aguinaldo a queria como protagonista, não por falta de talento, mas pelo amor de Deus, ela precisa descansar sua imagem. E  Bruno Gagliasso, dessa vez falhou - não teve a menor emoção seu personagem, além da completa falta de química com Marina. José Loreto que seria vilão, foi modificado, para ter um interesse amoroso por Luz, mas já era tarde demais. O público não teve nenhum casal para shippar.  Paralelamente, surgiram João Inácio e Estefânia, Lurdes Maria e Geandro, Elisa e Maltoni, Diana e Walid, mas não fisgaram o telespectador.

Os maiores destaques da novela.
Também faltou vilões que deixaram a desejar, como Lília Cabral, que antes da estreia, nos prometeu uma super vilã, que realmente não aconteceu, até gosto de Valentina Marsala, mas não foi uma super vilã mesmo, foram algumas frases espirituosas, caracterização elegante e algumas maldades pontuais; faltou a ela uma trama arrebatadora. Todavia, já que não tivemos uma vilã central, surgiu uma outra vilã - essa sim será inesquecível, felizmente Aguinaldo percebeu que Mirtes magistralmente interpretada por Elizabeth Savala, era alguém que poderia render, e fez a megera crescer e aparecer; tornando para muitos a melhor atriz da novela e fazendo Mirtes entrar para a galeria das melhores personagens de Aguinaldo Silva e da fantástica carreira de Savala.

Não podemos falar só mal, tivemos escalações acertadas, Isabela Garcia brilhou como Judith, que tornou-se um de seus melhores trabalhos na televisão. Outro destaque, foi ver Nany People em cena, arrasou mesmo, muitos aplausos. E adorei ver Theodoro Cochrane, registra-se aqui o talento desse ator, Adamastor deixará saudades.

Falando ainda no elenco, não podemos deixar de mencionar o desperdício de Carol Duarte, a personagem parecia que poderia render, mas não rendeu, e principalmente de Tony Ramos - um dos maiores monstros da televisão, foi desperdiçado num vilão que tinha tudo para ser memorável, porém deixou imensamente a desejar - Olavo será lembrado, mas por não ter ocorrido.

É "OSG" é a trama que não aconteceu, deu errado, foi problemática. Com certeza, Aguinaldo Silva, vai reconhecer isso - assim como reconheceu que errou em alguns outros trabalhos. Espero que Aguinaldo volte para nos presentear com uma super novela e que dê a Tony Ramos um personagem fantástico.

Mesmo com todos os problemas, sem tramas paralelas interessantes etc, gostei muito de algumas coisas de "O Sétimo Guardião", e agora que venha "A Dona do Pedaço".

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