𝗤𝗨𝗔𝗥𝗘𝗡𝗧𝗜𝗡𝗛𝗔 𝗘 𝗢 𝗣𝗢𝗟Ê𝗠𝗜𝗖𝗢 𝗖𝗢𝗥𝗧𝗘 𝗗𝗔 𝗦𝗘𝗟𝗘ÇÃ𝗢 𝗘𝗠 𝟭𝟵𝟲𝟮, por Pedro Tomaz de Oliveira
O maior artilheiro da história do Botafogo chama-se Waldir Cardoso Lebrêgo, o Quarentinha, que marcou, em 442 jogos, 313 gols. Desde os primeiros chutes nas ruas de Belém do Pará, cidade em que nasceu em 1933, revelou-se um craque de bola, sendo, aos 16 anos, titular do Paysandu. Em 1953, foi jogar no Vitória da Bahia, onde foi campeão estadual, atraindo o interesse do Botafogo. Chegou a General Severiano no ano seguinte e logo foi fazendo gols aos borbotões, integrando um ataque que tinha simplesmente Didi, Garrincha, Amarildo e Zagallo.
Tardiamente, diga-se de passagem, Quarentinha fez, aos 26 anos, seu primeiro jogo com a camisa da Seleção Brasileira, em 17 de setembro de 1959, no Maracanã, marcando dois gols na goleada de 7 a 0 sobre o Chile. Entretanto, sua carreira no escrete nacional foi curta. Precisamente, apenas 17 jogos, mas deixando uma excelente impressão com a média de 1 gol por jogo, sendo 11 marcados ao lado de Pelé, na época, cada vez mais o Rei do Futebol. Caso não surgisse algum imprevisto, essa dupla tinha tudo para ser a titular na Copa do Mundo do Chile, em 1962.
E não é que esse tal de imprevisto surgiu! Pelo menos, oficialmente! O fato é que às vésperas da viagem para Santiago do Chile, Quarentinha foi cortado da Seleção! Segundo laudos médicos, constatou-se lesões nos meniscos do craque. Extra-oficialmente, teria falado mais alto um suposto lobby de Pelé em favor de Coutinho, seu parceiro de tabelinhas no Santos, e a contusão teria sido apenas uma desculpa para o corte. Registra-se aqui que, nos últimos amistosos antes da estreia brasileira naquela copa, Coutinho passou a ser o titular e Quarentinha pouco foi aproveitado, mesmo estando em boas condições físicas e treinando normalmente.
No fim das contas, não se sabe se por ironia do destino, Coutinho, lesionado, acabou não jogando a Copa, e Pelé, que se contundiu gravemente durante a segunda apresentação do escrete, contra a Tchecoslováquia, assistiu da arquibancada ao restante dos jogos. E daí? Mesmo sem eles, a Seleção Brasileira atacou com Garrincha, Amarildo, Vavá e Zagallo e ergueu pela segunda vez consecutiva a Taça Jules Rimet.
Nenhum comentário:
Postar um comentário