segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Alguns não deram certo

Programas que mudaram de canal

Muitas vezes acompanhamos mudanças de apresentadores e artistas para outras emissoras, levando uma imensa expectativa aos telespectadores e fãs, além de assinar contratos milionários. Todavia, em algumas oportunidades, os canais além de levarem o artista, também levam o próprio programa que estava na outra emissora.

Coloco abaixo algumas programas que foram para outras redes: alguns continuaram com o sucesso, todavia, outros saíram do ar ao se darem mal.

Jornal da Vanguarda:

Criado pelo jornalista Fernando Barbosa Lima, foi um marco no jornalismo brasileiro, trazendo um jeito novo e moderno de informar os espectadores. A atração foi criada em 1963, para a TV Excelsior.

Em seguida, foi para a Tupi, onde ficou apenas um ano. Se mudou para a Globo em 1966. Por conta do Ato Institucional número 5, da ditadura militar, o programa sofreu muito com a Censura e foi tirado do ar.

Voltou em 1988, na Rede Bandeirantes, ocupando o horário do fim da noite. A linguagem era a mesma e tinha como apresentadora a jornalista Doris Giesse, mas saiu do ar, em definitivo, no ano de 1989.

Hebe

Um dos programas mais importantes da nossa televisão foi de Hebe Camargo. A primeira emissora a exibir a atração foi a TV Record, em 1966. O sofá mais famoso do Brasil foi para a Tupi em meados dos anos 1970.

Hebe ficou pouco tempo no ar e deixou a Tupi para tirar um período sabático. Em 1979, a atração foi para a Bandeirantes, onde teve apenas uma breve interrupção.

Em 1986, Hebe recebeu um convite de Silvio Santos e foi para o SBT, se consagrando, de fato, como a Rainha da Televisão, levando ao palco nomes importantes da cena artística e política.

Após 24 anos na emissora de Silvo, ela se mudou para a RedeTV! em 2011. Essa curta passagem foi o seu último trabalho na TV, pois Hebe faleceu em 2012, poucos depois de assinar um novo contrato com o SBT.

Balança Mas Não Cai

Programa de grande sucesso do rádio na década de 1950, foi criado Max Nunes e Haroldo Barbosa, sendo levado para a televisão em 1968, na TV Globo, onde foi comandado por Augusto César Vannucci.

Em 1972, a atração deixou a emissora carioca e se mudou para a TV Tupi, ficando nela apenas um ano no ar.

Uma nova versão foi criada na Globo em 1982, trazendo de volta velhos personagens como Primo Pobre e Primo Rico e Fernandinho e Ofélia. Saiu do ar em 1983.

Programa Silvio Santos


No ar desde 1963, o Programa Silvio Santos é uma das atrações mais antigas da nossa TV. Foi ao ar pela primeira vez em 1963, pela TV Paulista. A emissora, que passava por dificuldades, foi vendida para a Globo em 1966.

A produção, inicialmente, era exibida apenas para São Paulo; em 1969, passou a ser transmitido para todo o Brasil, transformando Silvio definitivamente no dono dos domingos da televisão nacional.

Em 1976, o animador conquistou a concessão de sua primeira emissora, a TVS do Rio de Janeiro, e deixou a emissora do Jardim Botânico.

Ele foi para a TV Tupi, que transmitia para todo o Brasil, enquanto a TVS gerava o programa para o Rio. Em 1981, Silvio finalmente conquistou sua rede, o SBT.

Nos primeiros anos, a atração era exibida em conjunto com a Record, pois o apresentador detinha 50% das ações da emissora da Barra Funda.

No final daquela década, o Programa Silvio Santos ficou apenas no SBT, onde está no ar até hoje.


Os Trapalhões

Em 1966, Renato Aragão e Dede Santana estrelavam um programa na TV Excelsior, Os Adoráveis Trapalhões. Wanderley Cardoso, Ivon Cury e Ted Boy Marino faziam parte do humorístico.

Em 1972, Didi e Dedé se mudaram para a Record e lançaram Os Insociáveis, que seguia o mesmo formato, colocando o sambista Mussum no time. Em 1974, o trio foi para a TV Tupi, onde ganhou o nome definitivo: Os Trapalhões.

A atração fazia um enorme sucesso e chegava a bater a Globo na audiência. Em 1976, Zacarias se juntou ao grupo, e o quarteto se mudou para a Globo em 1977, tornando-se um dos programas mais vistos da televisão.

O programa saiu do ar em 1995, após perder Zacarias, em 1990, e Mussum, em 1994, sendo reprisado ainda por alguns anos.

Programa Raul Gil


Se teve um apresentador que mudou de emissoras várias vezes, esse foi Raul Gil. O programa que leva o nome do animador entrou no ar pela Record, em 1973, nela ficando até 1978.

Ele foi para a TV Tupi e ficou lá por apenas dois anos, até o fechamento da rede. Quando o SBT entrou no ar, em 1981, Raul já fazia parte do elenco e comandou seu programa nas tardes de sábado até 1984, quando voltou para a Record.

De 1988 a 1991, Raul ficou fora do ar, voltando novamente no canal da Barra Funda. Ele vai para a Rede Manchete em 1996 e, mais uma vez, volta para a Record, em 1998.

Nessa fase, a atração ganhava da Globo constantemente com o quadro de calouros. Em 2005, Raul foi para a Band; em 2010, finalmente retorna ao SBT, emissora em que está até hoje.

Drácula

Criada por Rubens Ewald Filho, a novela que contava a história do Conde Drácula, que deixava a Transilvânia para viver no Brasil, era exibida pela TV Tupi. Rubens de Falco, Carlos Alberto Riccelli, Bruna Lombardi, Cleyde Yáconis, entre outros, faziam parte da trama.

Mas a produção saiu do ar após a exibição de poucos capítulos, em fevereiro de 1980, na derradeira crise do canal. Em julho de 1980, a Bandeirantes estreou Um Homem Muito Especial, nova versão de Drácula, com a mesma equipe original.


Comando da Madrugada


Em 1982, Goulart de Andrade resolveu criar um programa no intervalo dos filmes da madrugada da Globo. Nascia, assim, o Plantão da Madrugada, que mostrava os fatos e as curiosidades das primeiras horas do dia em São Paulo. Em 1983, o jornalista foi para a Bandeirantes, levando seu jeito único de fazer uma reportagem.

Mas foi no SBT que o programa, já como Comando da Madrugada, de fato virou um grande sucesso. Em 1994, o Comando foi para a Rede Manchete, onde ficou até 1998. Em 2000, após uma passagem de Goulart pela Record, a atração voltou nas noites da TV Gazeta; em 2002, se mudou para a Band, ficando no ar até 2007.

Goulart de Andrade faleceu em 2016, após novo período na Gazeta.

Perfil

O grande sonho do repórter Otavio Mesquita era ter o seu próprio programa. Assim, ele criou o Perfil, atração que seguia os moldes do Flash, de Amaury Jr, mas com uma pitada de irreverência. Produção independente, o Perfil estreou na Manchete em 1987, ficando apenas um ano no ar.

Em 1988, se mudou para o SBT, onde ficou até 1991, quando passou rapidamente pela Record. Em 1992, uma breve volta para a Manchete, com o retorno em seguida ao SBT, onde ficou no ar até 1998.

Em 2000, Otávio assina com a novata RedeTV! e estreia o Perfil 2000, que ficou no ar até o ano seguinte. O programa foi extinto quando Mesquita foi para a Band, onde comandou atrações como A Noite é uma Criança e Claquete.

Atualmente, ele está em nova passagem pelo SBT.

Pânico

Nos anos 1990, Emilio Surita comandava o Pânico, na Rádio Jovem Pan, com grande sucesso. Em 2003, a RedeTV! levou a trupe do rádio para a televisão, aos domingos. Em pouco tempo, o Pânico na TV, com pouca verba e muita coragem, conquistou o público e ótimos índices de audiência.

Insatisfeitos, segundo eles, com os atrasos nos salários e a falta de estrutura do canal, o elenco do humorístico se muda para a Band em 2012, onde a atração se torna Pânico na Band.

Com a audiência em queda, a saída de importantes membros do grupo e inúmeras críticas pelo sensacionalismo, o Pânico da Band saiu do ar em dezembro de 2017, continuando no ar somente nas ondas do rádio.

Também produções que tiveram o mesmo destino: Programa Amaury Jr., Documento Especial, Circuito Night and Day (com Celso Russomano), Programa Ferreira Netto, Circulando (com Luciano Huck), Manhattan Connection (do GNT para a GloboNews e, mais recentemente, para a TV Cultura), entre muitos outros.


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