quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Kubanacan parece feita em 2020

Cinco provas de que o folhetim de Carlos Lombardi foi uma trama de 2020 feita em 2003

Kubanacan retornou no Globoplay e vem fazendo sucesso nas redes sociais. A trama de Carlos Lombardi, exibida em 2003, vem sendo apontada com diversas sequências que fazem um paralelo perfeito com o Brasil atual, tanto na política quanto nas mazelas sociais que o país vive. 

O folhetim protagonizado por Humberto Martins, Adriana Esteves, Marcos Pasquim e Danielle Winits mais parece saída do futuro quando foi exibida originalmente na faixa das 19h da Globo. 

Segundo Lombardi havia contado com exclusividade ao NaTelinha, ao pensar a novela ele quis fazer uma trama que realmente fosse um paralelo com o Brasil, assim como Cassiano Gabus Mendes conseguiu com Que Rei Sou Eu (1989), mas se o folhetim virou uma espécie de obra cult com direito até a viagem no tempo, a sensação que se tem é que o viajante do futuro não é Esteban, mas o próprio autor. 

Provas de que Kubanacan é de 2020

Presidente: 


Presidente - Camacho, papel icônico de Humberto Martins, virou presidente quase que por acaso depois de um golpe militar em Kubanacan, um país latino chamado de república das bananas. Isso é bem diferente do Brasil atual, mas o antagonismo com o país de Jair Bolsonaro termina aí. 

Eleito com mais de 58 milhões de votos, portanto legítimo, ele é muito semelhante com o chefe de Estado do país fictício criado por Carlos Lombardi. 

Cheio de populismo e com amostragem de força e virilidade, Camacho é uma espécie de caricatura de Bolsonaro e os dois são tão próximos que até uma cena idêntica de Kubanacan foi vivida pelo atual presidente brasileiro. A icônica flexão feita de forma toda errada, antes dele assumir o comando do país, já havia ocorrido na novela das 19h, disponível no Globoplay. 


Militares no poder


Em Kubanacan os militares deram um golpe de estado e comandam o país com mão de ferro e não há democracia. Mas no Brasil eles também estão no poder com toda a força, ainda que façam parte do momento democrático atual. Camacho é uma espécie de testa de ferro que interessa aos milicos para manter a pose de bondade no poder, enquanto Bolsonaro faz questão de se redoear dos colegas das Forças Armadas.

Seja nos ministérios ou até em cargos considerados técnicos, os militares nunca tiveram tanto espaço num governo brasileiro desde o início da era democrática. Assim como Camacho, o presidente brasileiro adora aparecer com homens usando roupas oficiais, generais e visitas ao exército.


Falta de luz


Logo na primeira semana da novela de Carlos Lombardi, uma cena chama a atenção pela semelhança com o momento atual vivido no Brasil. A personagem vivida por Nair Bello (1931-2007) faz um escândalo na vila em que mora por conta da falta de luz que acontece constantemente em Kubanacan. Segundo ela, os itens elétrico não param de queimar e o governo deveria ser responsabilizado por isso. O fato é tão semelhante com o Brasil que causou até estranheza, já que a novela estreou ainda quando o Amapá enfrentava as consequências do apagão, ocorrido no mês de novembro e que deixou um Estado inteiro às escuras por duas semanas. 


Falta de água


Outro problema muito idêntico da ficção e da realidade é a falta de água. Praticamente todos os dias os jornais regionais mostram a situação hídrica vivida no Brasil, inclusive com racionamento oficial anunciado por diversas prefeituras na região Sudeste. Aparentemente Carlos Lombardi teve outra visão sobre o assunto enquanto escrevia a produção em 2003. Também na primeira semana, a mesma personagem de Nair Bello também foi a responsável por denunciar o problema hídrico vivido pelo povo de Kubanacan. Numa sequência logo no primeiro capítulo o público vê que todos os personagens da vila são obrigados a lavar roupa numa torneira única, mas que mais falta água do que propriamente funciona. 


Caos na saúde


Em Kubanacan, a população é praticamente toda muito pobre. Num capítulo específico da segunda semana, tanto Marisol (Danielle Winits) quanto Lola (Adriana Esteves) reclamam da mesma situação. Ambas precisam levar seus filhos para um posto médico e sofrem com as filas e com a falta de médico disponível para dar atendimento em um local precário. A situação não é nada diferente do que se vê todos os dias nos hospitais públicos brasileiros e a situação ganhou ares de tragédia por conta da pandemia do novo coronavírus. Todos os dias os jornais fazem longas reportagens mostrando a falta de condições para atendimento de pacientes mais pobres e que até morrem pela falta de atendimento. 



Um comentário:

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