domingo, 9 de junho de 2024

Triste fim


 Fernando Ramos da Silva, que se tornou um sucesso internacional da noite para o dia ao protagonizar "Pixote, a lei do mais fraco" (1980), de Hector Babenco, não começou sua trajetória artística neste filme. Estreou, aos 10 anos, na montagem paulista da peça “O último carro”, escrita e dirigida por João das Neves. Antes do lançamento, o menino de 12 anos participou ainda de dois espetáculos escritos e dirigidos por Carlinhos Lira.

De uma família pobre de Diadema, no ABCD paulista, era um dos dez filhos de Josefa Aquina de Oliveira, e a fama repentina obtida com a chegada do filme em que contracenava com Marília Pêra parecia que iria mudar o destino do morador da periferia. O sucesso abriu as portas para o sensível ator, que participou em seguida de “Eles não usam black-tie” (1981), de Leon Hirszman, sendo contratado pela TV Globo para o papel de Pingo, na novela “O amor é Nosso”, no mesmo ano.

Depois disso, ele nunca mais se destacou e tempos depois do filme, acaba retornando a sua antiga vida, em um ambiente precário e de miséria.

Ainda decidido a retornar a carreira, Fernando chegou a voltar para o Rio de Janeiro e até conseguir um papel em uma outra novela da Rede Globo, porém, acabou demitido por não conseguir decorar o texto, já que era semi-analfabeto.

Aos 16 anos, em 30 de maio de 1984, foi preso pela primeira vez, ao assaltar a casa de um comerciante, em Diadema. Passou dois dias internado na Febem, sendo entregue à custódia da mãe. Pouco depois, o escritor José Louzeiro o levou para Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, onde o prefeito Hydekel Freitas doou uma casa à sua família e lhe arranjou um emprego. O rapaz, porém, vendeu a casa, e, com o dinheiro, voltou para uma das favelas de Diadema. Em 1985, foi preso de novo, por porte ilegal de arma e, ao completar 18 anos, foi detido por porte ilegal de drogas.

Em 25 de agosto de 1987, Fernando morreu, aos 19 anos, em suposta troca de tiros com a Polícia Militar. Na ocasião, ele e mais quatro companheiros foram perseguidos e cercados após assaltarem uma empresa no bairro da Serraria, em Diadema, de onde levaram 570 mil cruzados. O laudo oficial da perícia apontou que Pixote recebeu oito tiros. Ele chegou a ser levado ao Hospital São Lucas, mas não resistiu aos ferimentos. Segundo a polícia, ele, que era casado e pai de uma menina, trabalhava como cobrador de ônibus e praticava assaltos quando estava de folga.


🖋️ Memorial da Televisão Brasileira.


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