SONHO - POR GICELDA COELHO
No silêncio da noite ouvi um grito,
cujo eco, inda hoje me faz pena,
pois que era tão mórbido e aflito,
surgido da agonia de uma cena...
Foi loucura ou foi talvez delírio
o grito que ouvi desesperado?
Quem sabe a correnteza de um rio?
Quem sabe um coração desesperado?
Como enganam, senhores, foi um sonho,
cujo enredo em rima agora o ponho
para melhor falar de mim, em suma...
Pois sonhei que eras onda e eu espuma
e me atiraste, tonta e cambaleia,
por sobre a fria e solitária areia.
(Publicada no Livro Desejos)
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