quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Passagens de Adriano Imperador na Fiorentina e no Parma

 PASSAGENS DE ADRIANO "IMPERADOR" POR FIORENTINA E PARMA)


Em 2001 aos 19 anos, o ex-atacante Adriano deixava sua casinha na Vila Cruzeiro e ia morar num hotel de luxo em Milão. Seu primeiro ato como nerazzurro foi no Santiago Bernabéu, num amistoso entre Inter de Milão e Real Madrid: o atacante soltou um foguete de canhota, numa cobrança de falta, e decretou a vitória interista. O primeiro gol num jogo oficial também foi decisivo. Na terceira rodada da Serie A, a Beneamata empatava em casa contra o Venezia e Adri, aos 93 minutos, ganhou da zaga no alto. Depois de o goleiro Generoso Rossi dar rebote o próprio camisa 28, quase sem ângulo, encheu o pé para fazer 2 a 1.


As credenciais de Adriano haviam sido apresentadas, mas a concorrência no elenco da Inter era grande e o espaço, escasso – o carioca fez 14 jogos em pouco mais de seis meses. Para que o jovem talento não ficasse à sombra de Christian Vieri, Ronaldo, Álvaro Recoba e Mohamed Kallon, a diretoria nerazzurra optou por emprestá-lo à Fiorentina. À beira da falência, a Viola estava na penúltima colocação do campeonato e precisava de sangue novo para tentar reverter sua situação em campo.


Adri chegou em janeiro de 2002 e estreou como titular, desbancando os experientes Predrag Mijatovic e Maurizio Ganz. No debute, ante o Chievo, o brasileiro apareceu mais uma vez nos acréscimos e definiu o placar em 2 a 2, garantindo um ponto importante para sua equipe. Foi o suficiente para superar Nuno Gomes na hierarquia e se manter no onze inicial.


Nas cinco rodadas posteriores, Adriano anotou três gols pesadíssimos, sobre Milan, Roma e Juventus. Contra os rossoneri, teve a frieza de vencer Dida com um toque de letra nos acréscimos e, contra os romanos, acertou um petardo de falta. Aos 20 anos, o atacante já apresentava alguns dos principais atributos que lhe acompanhariam no ápice: destreza, potência, força física e precisão na perna esquerda.


A Fiorentina, sem rumo, acabou rebaixada para a Serie B. Adriano, no entanto, destoou da maior parte dos companheiros e teve cinco meses muito positivos em Florença. Em 15 jogos vestindo violeta, anotou seis gols e terminou o campeonato como artilheiro dos toscanos. A Inter de Héctor Cúper, porém, apostaria em Hernán Crespo como parceiro de Vieri para 2002-03. Adri era considerado muito novo e, para prosseguir amadurecendo, se transferiu, em copropriedade, para o Parma. As duas agremiações tinham boas relações: naquela mesma janela, os nerazzurri contrataram Fabio Cannavaro e Matías Almeyda junto aos crociati, que levaram Vratislav Gresko para a Emília-Romanha.


Quando contratou Adriano, o Parma era o detentor do título da Coppa Italia e iniciava um novo trabalho, sob o comando de Cesare Prandelli. O elenco era bastante qualificado e contava com jogadores como Sébastien Frey, Antonio Benarrivo, Daniele Bonera, Paolo Cannavaro, Simone Barone, Matteo Brighi, Sabri Lamouchi, Mark Bresciano, Hidetoshi Nakata, Adrian Mutu e Alberto Gilardino. Os brasileiros Júnior e Taffarel auxiliariam na adaptação do compatriota.


Adriano estreou na Supercopa Italiana e jogou o primeiro tempo da partida, vencida pela Juventus. Depois disso, fez gols nas quatro aparições seguintes, contra Udinese, Como, Juve e CSKA Moscou. Ao longo da temporada, o brasileiro formou uma dupla implacável com Mutu e voltou a anotar tentos importantes: Milan, Lazio, Roma e rivais locais dos ducali, como Bologna, Modena e Piacenza foram vítimas da verve goleadora de Adri.


O Parma chegou a brigar por vaga na Champions League, mas ficou com a quinta posição na Serie A, que lhe deu uma vaga na Copa Uefa. Mutu foi o artilheiro da temporada, com 22 gols (18 no campeonato) e Adriano veio logo atrás, com 17 – 15 deles no Italianão. Em grande fase, o carioca viu as portas da Seleção se abrirem de vez para seu futebol e foi convocado para a Copa das Confederações. Adri marcou dois gols na competição, mas o Brasil foi eliminado num grupo que tinha Camarões, Turquia e Estados Unidos.


Em 2003-04, de volta ao Ennio Tardini, Adriano perdeu a companhia de Mutu, que foi para o Chelsea. Seu parceiro de ataque seria Gilardino, o que (a princípio) faria com que o brasileiro jogasse um pouco mais distante do gol. A nova condição em Parma não prejudicou Didico, que foi às redes em seus primeiros seis jogos da temporada – correspondentes às cinco rodadas iniciais da Serie A e à ida dos playoffs da Copa Uefa.


No Italiano, Adri anotou sete vezes em oito jornadas, até se machucar e ficar dois meses e meio parado. Voltou no segundo tempo de uma partida contra a Udinese e deixou a sua marca naquela que seria a sua despedida do clube: a Inter queria seu talento de volta para concorrer com Vieri. Assim, Adriano deixou o Parma com 26 gols em 44 aparições e uma marca importante. Até hoje é o sexto maior goleador da equipe crociata em jogos da Serie A, com 23 bolas nas redes.


O retorno à Inter foi o último passo da transformação do Didico da Vila Cruzeiro no Imperador de Milão: foram os torcedores da Inter que o apelidaram de Imperatore, em referência a Adriano, monarca que governou Roma entre os anos 117 e 138 depois de Cristo.




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