Luís Carlos Nunes da Silva, ou Carlinhos(Rio de Janeiro, 19 de Novembro de 1937/ Rio de Janeiro, 22 de Junho de 2015) fez parte do seleto grupo de jogadores que defenderam as cores de um único clube durante toda a carreira. Entre o início da carreira como meio-campo em 1958 e o fim dela em 1969, foram onze anos vestindo o "manto sagrado" do Fla, 517 jogos(é o oitavo jogador que mais fez partidas pelo clube) e 23 gols. Fez parte da equipe rubro-negra com Gérson e Dida, que ganhou o único torneio Rio - São Paulo do Flamengo em 1961, além dos cariocas de 1963 e 1965. A única mágoa foi não ter tido oportunidade na Seleção Brasileira(apenas um amistoso contra Portugal em 1964). Refinado e preciso, não à toa recebeu o apelido de Violino, justamente por toda sua habilidade jogando no meio campo, e todo esse senso de posicionamento para desarmar sem precisar fazer faltas que lhe rendeu o prêmio Belfort Duarte, dado a jogadores que nunca foram expulsos. Ao encerrar a carreira, Carlinhos repetiu um episódio que lhe aconteceu ainda garoto, quando Biguá, ídolo e lateral do Flamengo, ao se aposentar dos gramados, entregou suas chuteiras para o jovem Violino, ato que Carlinhos repetiu ao fim de sua jornada, entregando o par de chuteiras a um menino franzino, loiro chamado de Zico. Como treinador, dirigiu o time sete vezes sendo a primeira em 1983, quando substituiu Paulo César Carpeggiani. Era chamado somente para servir como uma espécie de bombeiro e apagar indícios de incêndios no time, situação corriqueira na sua relação com o clube. Como era boa praça, calmo, sempre soube se relacionar com os jogadores e tinha o respeito de todos eles. Dirigiu o clube duas vezes em 1987, e na segunda passagem, comandou o time histórico na polêmica Copa União, organizou o time que tinha medalhões como Zico, Andrade, Leandro e Renato e jovens como Bebeto, Zinho e Leonardo(que tinha apenas 17 anos quando Carlinhos o promoveu para a equipe principal). Em 1988, o Violino deixou mais uma vez o time carioca e retornou em 1991. Logo de cara, venceu o Campeonato Carioca em cima do Fluminense, mas o grande título nessa passagem viria em 1992. O surpreendente título do Brasileiro em cima do Botafogo veio pela habilidade de Carlinhos ao enxergar potencial nas peças que tinha, encaixar bem um sistema de jogo e, aliado ao vovô-garoto Júnior, chegaram mais uma vez ao título. Carlinhos ainda viria a ganhar o bicampeonato carioca em 1999 e 2000, além da Copa Mercosul em 1999. Carlinhos dedicou toda a sua vida ao Flamengo, por isso, em 2011, foi homenageado ainda em vida pelo Flamengo com um busto em sua homenagem. Carlinhos morreu aos 77 anos, em 22 de Junho de 2015, por decorrências de problemas de saúde que enfrentava há alguns anos. Marcou seu nome na história do Flamengo e do Maracanã, na beira do gramado comandando o time com seu jeito sereno e fala mansa ou em cada roubada de bola magistral e em cada passe feito com toda classe, como se tocasse violino.
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