quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Bastidores

 Estreia de Maria Helena Nascimento como autora titular de novelas. Ela foi colaboradora de tramas como Pátria Minha (1994-1995), Suave Veneno (1999), Um Anjo Caiu do Céu (2001), Celebridade (2003-2004), Paraíso Tropical (2007), Insensato Coração (2011) e Alto Astral (2014-2015), entre outras.

Maria Helena contou como e quando surgiu a ideia de escrever Rock Story, em entrevista na época do lançamento da novela:

“Li um livro que era a biografia de um dos meninos do One Direction [a boyband], e fui ficando fascinada com aquilo, porque as histórias são ótimas. A luta para se destacar, a fama, as fãs… Foi a partir disso que percebi o quanto a história de uma boyband tem potencial. A banda, contudo, é uma parte dessa trama. Eu quis aliar isso à trajetória de um herói imperfeito, mostrando sua transformação em uma pessoa melhor.”

Novela musical – prima mais próxima de Cheias de Charme (2012) -, Rock Story apropriou-se amplamente dos esgarçados clichês do folhetim de forma tão original que parecia novidade. A novela começou quebrando o maniqueísmo dos mocinhos virtuosos: o protagonista Gui Santiago (Vladimir Brichta) era um roqueiro decadente, briguento, ansioso e errado. Ao longo da trama, Gui cresceu com sua banda e cresceu internamente, o que o fez controlar o seu lado negro, inerente a todo ser humano.

Dinamismo foi a maior qualidade da novela. A autora Maria Helena Nascimento não poupou trama. As situações se resolviam rapidamente para darem lugar a outras, e assim sucessivamente. Mesmo com a notória perda de fôlego na reta final (a novela teria terminado redondinha se tivesse menos capítulos), Rock Story não cansou e nem sofreu da indesejável barriga que geralmente acomete toda novela.

Os recursos dramáticos usados pela autora oscilaram entre os originais (e até ousados) e os clichês batidos. Os jovens casaizinhos românticos, alicerces de toda novela, demoraram para aparecer. O primeiro shipping (torcida por casal) só aconteceu lá pela metade da trama: Zac e Yasmin (Nicolas Prattes e Marina Moschen). Outro exemplo positivo: a gêmea má – Lorena (Nathalia Dill) -, que geralmente carrega a história nas costas, era menos importante, tanto que não gerou empatia com o público e (previsto na sinopse) morreu bem antes do final.

Outros trunfos foram o elenco bem escalado, a direção competente de Dennis Carvalho, Maria de Médicis e equipe e uma galeria de personagens cativantes e divertidos: Gui (Vladimir Brichta), Júlia (Nathalia Dill), Diana (Alinne Moraes), Lázaro (João Vicente de Castro), Marisa (Julia Rabello), Léo Régis (Rafael Vitti), Dona Néia (Ana Beatriz Nogueira), Ramon (Gabriel Louchard), os casais Zac e Yasmin (Nicolas Prattes e Marina Moschen), Gordo e Eva (Herson Capri e Alexandra Richter), Haroldo e Gilda (Paulo Betti e Suzy Rêgo) e Nelson e Edith (Thelmo Fernandes e Viviane Araújo), e os bandidos atrapalhados Romildo e William (Paulo Verlings e Leandro Daniel).

A influência do universo musical estava também na maneira de se vestir de parte dos personagens. Gui Santiago tinha estilo mais largado. A figurinista Helena Gastal comentou a caracterização do ídolo teen Léo Régis (Rafael Vitti): “Um cantor romântico mas com um estilo moderninho, com roupas sempre muito agarradas, calças skinny rasgadas e pulseiras.”

Outro destaque na caracterização era Gordo, personagem de Herson Capri. O ator deixou a barba crescer e assumiu um visual “roqueiro anos 80”. Segundo a caracterizadora Núbia Maísa, a principal inspiração na composição dele foi o inglês Sting. “Deixamos o cabelo grisalho de Herson e jogamos um pouco de loiro nas pontas para dar efeito”, revelou.

A cidade cenográfica reproduziu nos Estúdios Globo um quarteirão do bairro da Glória, onde estavam a churrascaria Boi Amigo, bares, uma loja de discos, um salão de beleza e uma padaria.

No estúdio, estavam distribuídos 35 cenários. Um dos destaques era a gravadora Som Discos que, além dos escritórios, tinha estúdio de som, uma sala multiuso e um jardim.

A casa de Léo Régis refletia sua personalidade egocêntrica e ostentadora.

“Sua mansão, com um aquário de chão no meio da sala de jantar e pé-direito alto, remete a um universo mirabolante, que está relacionando à imagem que ele quer construir”, comentou o cenógrafo Mauro Vicente.

Por toda a casa estavam espalhados porta-retratos e quadros com fotos do cantor, reafirmando sua personalidade. Para ajudar na composição do ídolo pop, que tinha uma legião de fãs, a equipe de produção de arte mandou confeccionar almofadas, maletas, cartazes e faixas, tudo com fotos de Léo Régis. Os itens eram ostentados pelas seguidoras do rapaz.

Para ajudar a materializar a trajetória de Gui Santiago, foram produzidas duas capas de disco de vinil e cinco de CDs que teriam sido lançados pelo cantor no passado. A equipe de produção de arte, liderada por Andrea Penafiel, também encomendou a confecção de discos de ouro e de platina que Gui conquistou ao longo da carreira.

Para mostrar a trajetória de Gui, duas músicas inéditas foram produzidas e eram tratadas na história como grandes sucessos da carreira do cantor.

O primeiro título pensado foi Sonha Comigo, que, na trama da novela, era o nome da música pivô da briga entre os cantores Gui Santiago e Léo Régis.

A música “Sonha Comigo” também foi composta especialmente para a novela. Interpretada por Léo Régis, o single foi liberado para download digital e streaming online e entrou na trilha sonora da novela vendida comercialmente (volume 1) como faixa bônus, juntamente com “É Nossa Hora”, canção de Gui Santiago.

A boyband 4.4 tinha em seu repertório canções que marcaram as últimas décadas, em um arranjo atualizado. Sucessos de Cazuza, Barão Vermelho, Legião Urbana, entre outros, compunham o setlist da banda.

A seleção dos jovens atores-cantores integrantes da 4.4 durou dois meses. Nicolas Prattes (Zac), João Vitor Silva (Tom), Maicon Rodrigues (JF), Danilo Mesquita (Nicolau) e Enzo Romani (Jailson) fizeram testes com a produção do elenco, além de tocar instrumentos e cantar.

Primeira novela das atrizes Giovana Cordeiro e Joana Borges, e dos atores João Vicente de Castro, Nicolas Prattes e Maicon Rodrigues (os dois últimos vindos de diferentes temporadas da Malhação).

Antes da estreia, o Domingão do Faustão fez uma ação de divulgação da novela, com a apresentação do cantor Léo Régis (Rafael Vitti), que lançou o clipe de “Sonha Comigo” (com a participação da atriz Sophia Abrahão nas imagens). O ficcional ídolo da música pop animou a galera e foi até à plateia no final da apresentação.

Em fevereiro de 2017, o casal Brau, de Mister Brau – Lázaro Ramos e Taís Araújo -, fez uma participação em Rock Story, promovendo a terceira temporada da série na novela das sete, com uma visita ao amigo Gui Santiago (Vladimir Brichta), nos estúdios da Som Discos. Na cena, Brau e Gui cantaram “Jacaré Réptil do Ano” e o personagem de Lázaro Ramos teve um ataque de ciúmes da mulher, ficando no ar a insinuação de que Michele (Taís Araújo) já o havia traído com o roqueiro, durante “um certo carnaval na Bahia”.

Slogan de lançamento: Uma história de amor movida a música e uma história de música movida a amor.

Assim como já acontecera em novelas anteriores (Totalmente Demais e Haja Coração), as autoras de Rock Story (Maria Helena Nascimento) e de Pega Pega (Cláudia Souto), a novela substituta, bolaram um crossover entre suas tramas. Como forma de apresentar a nova novela da sete, a personagem Luiza – Camila Queiroz em Pega Pega – apareceu no último capítulo de Rock Story, contracenando com os personagens desta novela.



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