Parte importante da história do futebol africano começou a ser escrita em 1993. Antigo internacional francês e treinador, Jean-Marc Guillou, projetou junto ao presidente do ASEC Mimosas, Roger Ougenin, a Academia MimoSifcom. Era um programa de treinamento encarregado de descobrir, educar e acompanhar jovens com potencial para chegar à elite do futebol mundial.
“O clube teve a sorte de ter um cara chamado Jean-Marc Guillou, que foi um pai para mim”, contou Kolo Touré, à revista inglesa FourFourTwo. “Foi ele que me levou à academia na Costa do Marfim, em que aprendi sobre o jogo. Ela representou uma enorme mudança para os jogadores de futebol marfinenses”.
Ali foi formada uma série de talentos, forjando a alcunha de “Geração Dourada”.
“Yaya [Touré], eu, Didier Zokora, Salomon Kalou, Gervinho e muitos outros passaram por essa academia. Guillou manteve o olhar sobre os melhores talentos jovens. Ele queria boa técnica e inteligência, os quais ele tentaria desenvolver. Fomos expostos, desde muito jovens, a esse tipo de treinamento”.
Além de dominar a Costa do Marfim, afirmando-se o clube mais vencedor do país, com 29 títulos nacionais, o ASEC Mimosas venceu a Copa dos Campeões Africanos, consolidando-se na cena continental. Touré não tinha 21 anos completos quando passou nos testes do Arsenal e se juntou ao clube londrino. Mais uma vez, ficou ressaltada a importância do clube em que se formou.
“Como eu não era muito alto, Arsène Wenger me disse, ‘Escute, Kolo, não tenho certeza de que vou te utilizar na defesa’. No momento, tínhamos Martin Keown, Sol Campbell, Tony Adams, caras grandes. Disse a Arsène, ‘Ok, sem problemas chefe. Me escale em qualquer lugar, quero jogar’”, comentou ao The Athletic.
“Ele começou me colocando na ponta, às vezes como atacante, lateral direito, volante. Estava feliz por jogar em qualquer lugar, já que estava construindo a confiança de Arsène em mim. Lá atrás, na academia de onde vim, éramos ensinados a jogar em diferentes posições. O treinador, Jean-Marc Guillou, era incrível para isso. Todos os jogadores conheciam todas as posições”.
O restante da carreira de Touré dispensa maiores explanações.
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