Bastidores
Chiquititas (palavra espanhola que quer dizer “pequeninas”) foi criada na Argentina por Cris Morena, esposa do dono da rede de televisão Telefé. A novela foi vendida para muitos países, mas nem todos tiveram boa audiência.
No Brasil, Chiquititas foi uma coprodução, entre a Telefé e o SBT. Aqui foi um sucesso que estourou em 1997 com médias em torno dos 18 pontos no Ibope da Grande São Paulo. Uma verdadeira febre entre as crianças, com lançamento de brinquedos, revistas, álbuns de figurinhas, vestuário e outros itens infantis.
Entretanto, esse sucesso ocorreu apenas no primeiro e segundo anos (1997 e 1998). Com o passar do tempo, a audiência foi minguando. Enquanto a versão argentina contou com sete fases completas, até 2002, no Brasil, a novela terminou em janeiro de 2001, na sua quinta temporada.
Entre a segunda e a terceira temporadas (1998/1999) e entre a quarta e a quinta temporadas (1999-2000), a novela saiu do ar em janeiro e retornou em abril de seu respectivo ano. Durante essas “férias” de Chiquititas, o SBT exibiu novelas mexicanas curtas: Luz Clarita (em 1999) e O Diário de Daniela (em 2000).
Por causa dessas interrupções, Chiquititas não pode ser considerada a mais longa novela da Teledramaturgia nacional. Mesmo assim, o número de capítulos (807) supera Redenção (TV Excelsior, 1966-1968), a novela que detém esse título por ter tido exibição contínua e ininterrupta.
– 1ª temporada: de 28/07/1997 a 31/07/1998
– 2ª temporada: de 03/08 a 25/12/1998. As duas primeiras temporadas foram seguidas uma da outra, porém trocou-se a abertura, parte do elenco, trilha sonora, etc.
– Ao final da segunda temporada, entrou a novela mexicana Luz Clarita (exibida de 28/12/1998 a 03/04/1999) e, na sequência, estrearam a terceira e quarta temporadas de Chiquititas, exibidas durante o resto do ano de 1999: 3ª temporada de 05/04 a julho, e 4ª temporada de julho a 31/12/1999, tendo o último capítulo reprisado em 01/01/2000.
A partir da terceira temporada, o capítulo de sábado passou a ser um resumo dos capítulos da semana.
A quarta temporada também foi separada da seguinte pela apresentação de uma novela mexicana: O Diário de Daniela (exibida de 03/01 a 15/04/2000).
– 5ª temporada: de 17/04/2000 a 19/01/2001.
As mexicanas Luz Clarita e O Diário de Daniela tiveram mais audiência que a própria Chiquititas. Com o fim do contrato com a Telefé (em 2001), o SBT encerrou a novela, que já não fazia o mesmo sucesso, com 9 pontos no Ibope em SP contra 43 da atração da Globo no horário, Uga Uga.
A novela brasileira foi totalmente gravada em Buenos Aires, na Argentina, nos mesmos estúdios da Telefé e locais utilizados para a novela original, com Buenos Aires aparecendo como São Paulo no enredo.
A produção estreou no Brasil em 1997, quando a novela original argentina estava em sua terceira temporada.
Os únicos atores a permanecer do início ao fim da novela foram as crianças Aretha Oliveira (Pata) e Piérre Bittencourt (Mosca) – que logo se tornaram adolescentes -, e a atriz Flávia Monteiro, como Carolina. Ao longo da novela, Carolina teve quatro pares românticos.
A maioria dos atores eram recrutados em concursos e audições. Alguns foram escolhidos apenas pela beleza, pois nunca tinham pisado em um estúdio na vida. Vários dos personagens, para não confundir os pequenos atores e telespectadores, tinham os nomes das próprias crianças que os interpretavam.
A novela tornou-se muito popular entre as crianças e várias sonhavam em participar do elenco, com audições movimentando milhares de candidatos nas principais capitais do país. Em 1999, mais de 15 mil crianças e adolescentes em São Paulo, 10 mil no Rio e 6 mil em Recife participaram das audições para a terceira temporada, um recorde entre as seleções de elenco desse tipo.
Vários nomes do elenco foram contratados pela Globo após a novela: Fernanda Souza, Carla Diaz, Débora Falabella, Stefany Brito, Kayky Brito, Jonatas Faro, Paulo Nigro, Giselle Frade, Bruno Gagliasso, e outros.
Os 6 CDs com a trilha sonora da novela foram sucessos de vendas. O primeiro, de 1997, teve 1,2 milhão de cópias vendidas, que renderam três discos de platina. As músicas eram traduzidas e adaptadas para o português pelo produtor musical Caion Gadia.
Diferente da novela argentina, as canções no Brasil foram, em sua maioria, gravadas por cantores profissionais adultos, jovens e crianças, e dubladas pelos atores da novela em videoclipes e shows. As exceções foram Flávia Monteiro, Gésio Amadeu, Omar Calicchio, Magali Biff e Débora Olivieri, do elenco adulto. Flávia Monteiro chegou a ter aulas de canto.
Quase todas as músicas da trilha sonora originaram videoclipes, que eram exibidos durante os capítulos da trama ou ao final, enquanto apareciam os créditos de encerramento. As coreografias foram inspiradas em musicais clássicos norte-americanos e em passos de Gene Kelly, Donald O’Connor e Fred Astaire. O elenco principal também apresentou-se ao vivo em vários shows pelo país.
Algumas das chiquititas dissidentes formaram o grupo musical As Crianças Mais Amadas do Brasil.
Com exceção de “Até 10” e “Sinais”, todos os videoclipes foram filmados no Brasil, utilizando locais da capital paulista (como o Parque do Ibirapuera, a Avenida Paulista, o Theatro Municipal e o Memorial da América Latina), além outros por todo o país.
Os clipes “Passarinho”, “Liberdade”, “Estrela”, “Não Pode Ser” e “No Começo”, da quinta temporada, foram filmados na ilha de Fernando de Noronha.
Entre 22/11/2004 a 08/04/2005, o SBT reprisou, às 18h30, as duas primeiras fases da novela.
Entre 2007 e 2008, o SBT exibiu a continuação da saga das Chiquititas, mas a versão original argentina (a partir da sexta temporada).
Em 2012, o SBT comprou os direitos da novela da Telefé e, em 2013, produziu uma nova versão de Chiquititas, totalmente gravada no Brasil, sem nenhum vínculo com a Argentina. O remake foi adaptado por Íris Abravanel e tinha no elenco Manuela do Monte (Carolina), Giovanna Grigio (Mili), Júlia Olliver (Pata) e outros.
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