Saiba quem foi Vladimir Herzog, principal homenageado
Esta terça-feira (7) marca o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa. No dia 7 de junho de 1977, há exatos 45 anos, aproximadamente 3 mil jornalistas assinaram um manifesto que exigia o fim da censura e instauração de uma imprensa livre no Brasil. O Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, por sua vez, é comemorado no dia 3 de maio.
Um ano e meio antes do ato, ainda em outubro de 1975, Vladimir Herzog, que na época era diretor de jornalismo da TV Cultura, foi torturado e assassinado por agentes de repressão do Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), órgão utilizado para cercear a liberdade da imprensa durante a Ditadura Militar (1964-1985).
Quem foi Vladimir Herzog?
Nascido na até então Iugoslávia em 1937, Vlado veio para o Brasil ainda criança, junto de seus pais, que tiveram que fugir do antissemitismo durante a Segunda Guerra Mundial por conta de sua origem judaica. Além de jornalista, ele também era professor e dramaturgo.
Herzog se formou em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) em 1959. Embora seu nome de nascença fosse Vlado, ele passou a assinar seus trabalhos como Vladimir por julgar um nome mais comum para os brasileiros.
Após passar por diversos veículos de imprensa, como por exemplo "O Estado de S. Paulo" e "BBC", Herzog assumiu a direção do departamento de telejornalismo da TV Cultura nos anos 1970. Até os dias atuais, o nome do prédio responsável pelo jornalismo da emissora leva seu nome.
O jornalista também passou a atuar no movimento de resistência contra a Ditadura Militar, que visava eleições diretas e liberdade de imprensa. Seus atos, junto ao seu vínculo com o Partido Comunista Brasileiro (PCB), o colocaram como um dos principais alvos do regime da época.
Em 1975, durante o governo do general Ernesto Geisel, Vlado foi convocado para prestar um depoimento sobre suas ligações com o PCB. Após comparecer ao DOI-CODI, o jornalista ficou preso, assim como demais profissionais da área.
Dias depois, foi divulgado que o militante teria se suicidado dentro de sua cela. Os militares divulgaram uma foto de Herzog com um cinto amarrado em seu pescoço, como se ele tivesse se enforcado. No entanto, a imagem mostra que a vítima não estava a uma altura que possibilitasse o ato.
A foto se tornou uma das mais conhecidas na história do país e é utilizada para mostrar como o regime militar lidava com as críticas. Anos depois, o Governo Federal foi responsabilizado pela morte de Herzog.
Só em 2012 o registro de óbito de Herzog foi retificado. Segundo a Justiça, a "morte decorreu de lesões e maus-tratos sofridos em dependência do II Exército – SP (Doi-Codi)". O jornalista virou um marco no combate à repressão e na luta pela liberdade de imprensa.
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